14h25 GNR corta acesso de manifestantes à A23

A GNR cortou o acesso à A23 e impediu a entrada naquela via de agricultores do Oeste e Ribatejo que queriam bloquear o trânsito, constatou a agência Lusa no local.

Os cerca de 800 agricultores e 100 tratores que participaram hoje de manhã numa marcha lenta na Ponte da Chamusca, no distrito de Santarém, decidiram depois dirigir-se para a A23 para cortar a via ao trânsito, segundo informou o Movimento Civil de Agricultores.

No entanto, a GNR cortou o acesso à autoestrada, o que impediu os agricultores de bloquear a via.

Os agricultores reorganizaram-se e, segundo disseram à Lusa, dividiram-se em dois grupos que vão aceder à A23 em carrinhas, por outras vias de acesso, para cortarem o trânsito.

Na zona do Ribatejo e Oeste, o protesto foi concentrado esta manhã na Ponte da Chamusca depois de duas autarquias da região, Barquinha e Entroncamento, terem recusado autorizar manifestações nos seus concelhos.

Ao fim da manhã, cerca de 800 manifestantes, acompanhados por mais de 100 tratores, exibindo faixas e cartazes com frases como “O nosso fim é a vossa fome”, “Sem agricultores não há futuro” e “Estão a querer roubar o meu futuro”, seguiram para a A23.

14h24 Centenas de tratores do Baixo Mondego chegaram a Coimbra às 14H00

Mais de 200 tratores e máquinas agrícolas provenientes do Baixo Mondego entraram na cidade de Coimbra às 14H00, num protesto de agricultores com concentração junto à Direção Regional de Agricultura e Pescas.

Os manifestantes percorreram desde as 10H30, em marcha lenta, a EN111 em direção à avenida Fernão Magalhães, na Baixa de Coimbra.

Sob muitas buzinadelas, as viaturas chegaram à baixa de Coimbra, onde a PSP já tinha reservado uma área para estacionamento, que não deverá ser suficiente face à quantidade de tratores e máquinas agrícolas.

“A razão da inflação não está na produção”, é uma das principais frases dos agricultores, que se queixam de várias situações.

14h11 Associação de Agricultores do Sul critica “deselegância” da ministra

O presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul criticou hoje a “deselegância” da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, de “mandar a culpa para os funcionários” sobre o corte das verbas dos ecorregimes.

Presente na manifestação dos agricultores na fronteira de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, onde a EN260 está cortada nos dois sentidos, o presidente da ACOS, Rui Garrido, considerou que a ministra cometeu uma “deselegância para com os seus funcionários” do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).

“Como se a senhora ministra não soubesse que o dinheiro que foi pago não chegava”, argumentou, aludindo a declarações de Maria do Céu Antunes, na quarta-feira.

Aludindo também às declarações de hoje da ministra da Agricultura à SIC Notícias, Rui Garrido insistiu que a governante reiterou que “a culpa foi do IFAP” e que “esse facto fica-lhe muito mal, mandar a culpa para os funcionários”.

“Ninguém que tenha bom senso acredita que a senhora ministra não soubesse que o dinheiro que estava previsto para pagamento destes ecorrregimes, nomeadamente a produção integrada e a produção biológica, iria faltar”, argumentou.

Para os agricultores, frisou, “o que a senhora ministra diz, normalmente, não se costuma escrever”, portanto, a atitude é a mesma, apesar dos apoios entretanto anunciados: “Estamos aqui um bocadinho [à espera de] ver para crer, não é?”.

O presidente da ACOS juntou-se, esta manhã, aos agricultores que, às 03:00, cortaram a EN260 na zona de Vila Verde de Ficalho, a alguns quilómetros da fronteira com a localidade espanhola de Rosal de La Frontera, na Andaluzia.

O protesto, inicialmente, contava com cerca de 100 tratores e máquinas agrícolas, que foram atravessados na via, em linhas sucessivas, e quase o mesmo número de agricultores, mas, ao longo da manhã, foram chegando mais viaturas e pessoas.

Segundo a organização, o Movimento Civil Agricultores de Portugal, o bloqueio já junta 180 tratores e máquinas agrícolas, assim como algumas centenas de ‘homens da terra’, provenientes de concelhos como Serpa, Moura, Mértola, Barrancos ou Beja.

Grupos de agricultores marcam presença durante umas horas e vão embora, sendo substituídos por outros, mas há sempre pessoas a chegar e a sair do protesto, que está a ser vigiado por elementos da GNR.

Um dos integrantes do movimento promotor da manifestação, António João Veríssimo, de Beja, admitiu que os agricultores “estão esgotados” e que, ao serem “surpreendidos com um corte de 35% [nas ajudas] na agricultura biológica, que é o grande bolo, e de 25% na produção integrada”, a escassas “24 horas da data do pagamento”, esse foi o facto que “fez transbordar o copo”.

“Qual é o produtor que consegue suportar um corte desta dimensão, tendo já para trás mais de 40% de cortes nas ajudas”, questionou, esclarecendo que estas verbas “não são subsídios”, mas sim “ajudas à produção para que a comida chegue mais barata aos pratos de todos”.

E, agora, “o copo transbordou mesmo e decidimos vir manifestar-nos, cortando uma estrada, o que vai causar impacto”.

“Mas, se não causar impacto, resulta no mesmo das manifestações que realizámos antes, que foi zero”, disse António João, ciente de que o Ministério da Agricultura, com os apoios anunciados, ‘acendeu’ uma “luzinha”, mas os agricultores vão “esperar, um dia, um mês, o que for preciso” até que essa ajuda seja aprovada por Bruxelas.

14h05 Duas autoestradas estavam cortadas às 12h45 devido aos protestos

Duas autoestradas e um itinerário complementar (IC) estavam hoje cortadas ao trânsito às 12:45 devido ao protesto dos agricultores, de acordo com a GNR.

Num ponto de situação publicado na rede social X, a GNR contabilizava, às 12h45, duas autoestradas cortadas ao trânsito, devido aos protestos do agricultores em vários pontos do país.

No distrito da Guarda, a A25 encontra-se cortada em ambos os sentidos, no Alto Leomil e entre Vilar Formoso e Pínzio, sendo a alternativa indicada a EN16.

No distrito de Portalegre, junto à fronteira do Caia, a A6 está cortada em ambos os sentidos, no nó de Varche, bom como a EN371, em Fronteira do Retiro. Neste distrito é indicada como alternativa a EN4, saída de Borba.

O IC1 encontra-se cortado no distrito de Setúbal, na zona da Mimosa, no sentido Sul/Norte, sendo a alternativa a Autoestrada 2.

De acordo com a publicação, à mesma hora encontrava-se também cortada ao trânsito a EN 260, no distrito de Beja. O corte é total, em ambos os sentidos, em Vila Verde de Ficalho e Fronteira de Paimogo, sendo a alternativa a EN122 Pomarão.

Em Évora, a EM256-1, em Mourão e Fronteira de S. Leonardo, está cortada em ambos os sentidos. Em alternativa, a GNR indica a EN389, de Granja para Barrancos.

Ainda segundo a mesma fonte, os protestos dos agricultores resultaram ainda em congestionamentos de trânsito nos distritos de Coimbra e de Santarém.

No primeiro está condicionada a EN111, no sentido Montemor-o-Velho/Coimbra. No segundo, o condicionamento regista-se na Ponte da Chamusca e a GNR aponta como alternativa, apenas para viaturas ligeiras, a EN3-9, entre a ponte e Praia do Ribatejo. Pode ainda ser usada a EN2, em Abrantes.

12h15 Trânsito no IC1 cortado na Mimosa

A circulação no IC1 junto à localidade de Mimosa, no concelho de Santiago do Cacém, está cortada ao trânsito nos dois sentidos, desde as 11:00, no âmbito da manifestação de agricultores.

Segundo disse à agência Lusa Diogo Brito Pais, do Movimento Civil de Agricultores, no local estão “cerca de 70 tratores e mais algumas carrinhas” a bloquear o trânsito e só desmobilizarão quando as suas reivindicações “forem atingidas”.

“Senão, estamos para ficar”, afiançou este agricultor, explicando que “o corte [nos apoios] que foi feito e a falta de respeito que o Ministério [da Agricultura] mostrou pelos agricultores” foi o que motivou os manifestantes.

Para Diogo Brito Pais, “são cortes que não são justificados” numa altura em que, na Europa, “se pede a transição energética”.

“Os agricultores foram os primeiros a querer fazê-la, mas agora fazem-lhes um corte exatamente nessas medidas. Isto não tem sentido nenhum”, frisou.

11h50 Falta de reconhecimento da importância da atividade na base do protesto

Os agricultores que participam hoje no bloqueio da A25 no concelho de Almeida, distrito da Guarda, pedem mais reconhecimento e valorização da atividade, e lembram que este é um setor vital para a sociedade.

“Precisamos duas ou três vezes por ano de um médico ou de um advogado, mas precisamos várias vezes por dia do agricultor”, salientou João Afonso Batista, agricultor na área da produção animal em Castelo Branco.

Rui Sequeira, também de Castelo Branco, evidenciou que “é uma luta diária para manter as explorações”.

“Os animais precisam de ser alimentados todos os dias”, apontou o produtor.

Os agricultores lembraram o impacto que a guerra da Ucrânia tem tido no aumento dos custos de produção e lamentaram a falta de apoios.

“A palha passou de seis cêntimos para 20 cêntimos”, exemplificou Rui Sequeira.

O fruticultor João Calhau, de 47 anos, viajou de madrugada de Moimenta da Beira, distrito de Viseu, para se juntar ao protesto por estar “descontente com a política do Ministério da Agricultura”.

Sobre a sua área de atividade criticou o facto de se imputar aos produtores os custos para assegurar os recursos hídricos.

“Têm de ser os produtores a fazer os investimentos para recolha da água, quando deveria ser o Ministério da Agricultura”.

Realçou que não são as compensatórias que estão em causa, mas sobretudo o desinteresse e o abandono a que foi votada a agricultura.

“A transferência para as CCDR das competências dos serviços regionais de agricultura demonstra bem o desinteresse. O produtor existe por si só. Não tem acompanhamento nenhum”, frisou João Calhau.

O fruticultor apontou ainda o aumento dos custos de produção, como os fertilizantes, que subiram de preço de forma “estonteante” e o problema da mão-de-obra.

“É difícil encontrar pessoas e é preciso pagar 65 a 70 euros para a conseguir atrair”, salientou.

Marco Gonçalves, de 44 anos, fruticultor de Pala, no concelho de Pinhel, distrito da Guarda, gere uma produção de família: “A minha mãe vendia a maçã há 30 anos ao mesmo preço que a vendo hoje a 25 ou 30 cêntimos. E depois é ver o valor nos supermercados”.

Em contrapartida, referiu que “as despesas são quatro vezes mais. São os adubos, é o gasóleo, tudo a aumentar”.

O produtor defendeu que é “preciso que a agricultura seja valorizada e que os produtos sejam pagos a preço justo para que a atividade seja rentável”.

No caso da fruticultura, a atividade exige investimentos altos na plantação e depois nos equipamentos e na mão-de-obra.

Os agricultores apontam ainda o problema dos seguros de colheita que “servem para alimentar as seguradoras”.

Marco Gonçalves contou os prejuízos que teve devido às geadas com quebra de produção de 60 por cento.

“Fizeram-me uma oferta ridícula e eu fui obrigado a aceitar”.

Marco Gonçalves explicou que é preciso desconstruir a ideia que “há nos consumidores de que os agricultores recebem milhões. Os agricultores recebem tostões”.

11h46 Agricultores na fronteira em Elvas ameaçam avançar para Lisboa

Os agricultores concentrados junto à fronteira do Caia, em Elvas, distrito de Portalegre, ameaçaram hoje levar os protestos até Lisboa caso o Governo não os contacte sobre as reivindicações do setor.

“Já temos confirmação de Espanha que eles [agricultores] vão avançar com o fecho das fronteiras, pelo que a nossa ação aqui em Caia deixa de fazer sentido. Se não vêm [Governo] falar connosco, em breve tomamos Lisboa”, disse João Dias Coutinho, do Movimento Civil de Agricultores, em declarações à agência Lusa.

O responsável disse ainda que “tudo está em aberto” em matéria de protestos, sublinhando que o objetivo traçado para hoje foi cumprido.

11h15 Protesto deixa ponte da Chamusca para cortar A23

Os cerca de 800 agricultores e 100 tratores concentrados na Ponte da Chamusca vão deslocar-se para um novo ponto de protesto e cortar o trânsito na Autoestrada 23, informou o Movimento Civil de Agricultores.

“Na Chamusca, o protesto está cumprido e agricultores e máquinas estão a reunir-se num ponto de encontro para avançar para a A23, onde a via irá ser cortada junto à saída da Cardiga, em direção a Tomar”, disse à agência Lusa o porta-voz do movimento para a zona do Ribatejo e Oeste, Nuno Mayer.

De acordo com Nuno Mayer, o protesto concentrou, “desde muito cedo, cerca de 800 agricultores e mais de uma centena de tratores” que durante amanhã de hoje condicionaram o trânsito na Ponte da Chamusca, no distrito de Santarém, que chegou a estar cortada durante algumas horas.

A mudança de local “está a ser articulada com a GNR”, explicou à Lusa o porta-voz do movimento que garante que “o agricultores estão todos unidos e a uma voz tem que ser ouvida em vários pontos” do país.

11h09 Centenas de tratores em marcha lenta na EN111 em direção a Coimbra

Centenas de tratores e máquinas agrícolas estão a percorrer, em marcha lenta, a EN111 em direção à baixa de Coimbra, onde os promotores do protesto esperam juntar, ao final da manhã, meio milhar de veículos.

A manifestação, aparentemente espontânea e não integrada na programação do protesto do Movimento Civil Agricultores de Portugal, que hoje decorre em vários pontos do país, partiu de um grupo de produtores agrícolas do Baixo Mondego, que se concentraram em Montemor-o-Velho, a cerca de 25 km de Coimbra.

Em declarações à agência Lusa, o agricultor Armindo Valente explicou que o cortejo de tratores saiu de Montemor-o-Velho cerca das 10h30 e vai “em marcha lenta até à avenida Fernão de Magalhães”, com concentração agendada junto às instalações da Direção Regional de Agricultura do Centro.

“Alguns vão-se juntar a nós [ao longo do percurso] e o que esperamos é [ter] cerca de 500 tratores, meio milhar de tratores” em Coimbra, disse Armindo Valente.

Em causa, segundo o agricultor, estão as ajudas à produção, insuficientes para sustentar a produção de milho e arroz no Baixo Mondego, acrescidas do corte de 25% do financiamento nas medidas agroambientais, não anunciado previamente aos agricultores.

“Nós gastamos num hectare de milho cerca de 3.300 euros. Para realizarmos esses 3.300 euros, ao preço a que o milho está, neste momento, precisamos de 15 toneladas de milho e não é possível fazê-las face aos custos”, explicou.

Por outro lado, Armindo Valente vincou que o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) reconhece essa situação, porque não deixa os agricultores fazer seguros acima das 12 toneladas de milho.

“Ou seja, o IFAP reconhece que a produção média é de 12 toneladas e nós, com essas 12 toneladas, não conseguimos fazer face aos custos. E no arroz a situação é idêntica, não é possível continuar a produzir e chegar ao fim do ano e não ter dinheiro para fazer face às constas”, argumentou o agricultor do Baixo Mondego.

Já sobre a questão do corte no financiamento das medidas agroambientais, Armindo Valente explicou que os agricultores foram confrontados com a redução “no momento do pagamento”.

“Quando fomos à conta é que percebemos que tinham cortado 25% na receita das ajudas agroambientais”, criticou, recusando a explicação que alegadamente lhes foi transmitida pelo ministério da Agricultura.

“A senhora ministra veio dizer que houve mais agricultores a candidatarem-se às medidas agroambientais do que aquilo que estava previsto, mas isso é um trabalho do ministério, não pode ser feito pelos agricultores. Estou a contar com um valor, recebo outro e não sei como vou pagar as contas no fim do ano”, lamentou o produtor de milho e arroz.

E ironizou: “Isto é como o Estado cortar 25% do salário da ministra da Agricultura sem a avisar antes e a senhora ministra só descobre quando vê o recibo”.

10h11 Quinhentos veículos agrícolas bloqueiam A25 no concelho de Almeida

Centenas de agricultores da região Centro estão a bloquear desde a madrugada de hoje a A25 na zona de Alto de Leomil, concelho de Almeida, a cerca de 13 quilómetros da fronteira de Vilar Formoso, e dizem estar dispostos a manter o bloqueio até perceberem uma mudança no setor.

“Seguramente temos cá mais de 500 máquinas e serão cerca de 700 agricultores”, salientou à Lusa Ricardo Estrela, porta-voz da região das Beiras do Movimento Civil Agricultores de Portugal, que hoje está a organizar um protesto em vários pontos do país.

A circulação da A25 na zona de Alto de Leomil, no distrito da Guarda, está interrompida nos dois sentidos desde as 06:00, por decisão das autoridades, sendo o trânsito desviado para as estradas nacionais.

Os agricultores iniciaram o protesto por volta das 06:15.

Ricardo Estrela destacou o mérito das autoridades na forma como o bloqueio se iniciou e na decisão de antecipar a interrupção da circulação.

“Se calhar, ao perceberem que não conseguiam conter este movimento, optaram por previamente bloquear o troço”, assinalou Ricardo Estrela.

O porta-voz do protesto admitiu que “foi muito bom”.

“Não calculam o que isso foi bom para nós, porque aquilo que menos queremos é que haja algum acidente colateral. O nosso propósito é alertar quem nos governa para as medidas erráticas que têm tomado. Não queremos causar, de maneira nenhuma, problemas a terceiros”, garantiu.

Ricardo Estrela reforçou que o objetivo é o de que “o protesto decorra de forma ordeira e que decorra com o máximo civismo possível”.

“Há vários pontos de lume no protesto. São fogareiros. Demonstra o civismo deste setor”, assinalou.

O também produtor de gado ovino no distrito de Castelo Branco evidenciou ainda que há alternativas para o trânsito circular.

“A A25 está bloqueada, mas estamos a deixar alternativas para que o trânsito consiga circular. Bem sei que com dificuldades, mas se não criarmos transtornos não somos ouvidos”, assinalou.

Os agricultores têm intenção de manter o protesto “até se perceber que alguma coisa de diferente vai mudar”.

O movimento pretende pedir uma audiência à ministra da Agricultura, à Presidência da República e aos grupos parlamentares.

“É importante sabermos qual será o futuro e qual é visão partidária”, vincou Ricardo Estrela.

O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

O pacote abrange entre outras, medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo movimento, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.

8h44 Dezenas de tratores interrompem circulação na A25 em Vilar Formoso

Dezenas de máquinas agrícolas e agricultores estão a interromper desde as 6h00 a circulação na A25, entre o nó de Leomil e Vilar Formoso, na Guarda. O protesto está a juntar agricultores de toda a Beira Interior, de acordo com o porta-voz do Movimento Civil de Agricultores para a região das Beiras.

Em declarações à agência Lusa, Ricardo Estrela, agricultor, que está em marcha lenta na A25, contou que as máquinas agrícolas, reboques e veículos entraram cerca das 6h00 no nó de Leomil e cerca das 6h50 estavam em marcha lenta em direção a Vilar Formoso.

“A ideia é bloquear, mas estamos em marcha lenta para permitir que mais veículos possam participar e entrar na autoestrada. Nesta altura é difícil dizer quantos veículos estão na autoestrada, mas vieram agricultores de toda a Beira Interior”, disse.

De acordo com Ricardo Estrela, os agricultores começaram a chegar cedo, alguns ainda na quarta-feira à noite.

“Em termos de número de máquinas é uma coisa nunca antes vistas. Atrevo-me a dizer que estamos a fazer historia no setor, estamos a mostrar a nossa união. Quando queremos somos unidos”, referiu.

10h00 Fraca participação impede marcha lenta convocada para o Algarve

A fraca participação impediu hoje a realização da marcha lenta que os agricultores algarvios tinham previsto fazer entre Faro e Castro Marim, tendo apenas sido efetuado um trajeto por autoestrada entre Faro e Tavira, disse fonte da organização.

A concentração dos agricultores foi convocada para o estádio do Algarve, no Parque das Cidades Faro-Loulé, às 5h00, e a partida para Castro Marim, pela Estrada Nacional 125, estava prevista para as 6h00, mas o grupo de cerca de 15 participantes apenas saiu de Faro rumo a Tavira, pelas 8h30.

Inicialmente, Fátima da Rocha, porta-voz do Movimento Civil de Agricultores Portugueses, organizador do protesto, disse à Lusa que a intenção era seguir para Tavira pela autoestrada A22 e, aí, reunir-se com mais manifestantes, mas cerca das 10:00 a mesma fonte anunciou que, “face à pouca participação, já não se iria fazer o percurso até Castro Marim”.

“É uma pena no Algarve não ter havido tanta participação, mas os agricultores da região estão solidários com as reivindicações que estão a ser feitas pelos colegas de outras zonas do país”, afirmou Fátima da Rocha, esclarecendo que, já em Tavira, os manifestantes presentes concluíram que era melhor não realizar a marcha lenta até Castro Marim.

A porta-voz para o Algarve enalteceu a participação noutros protestos realizados hoje pelo Movimento e que levaram a bloqueios de estradas e vias de acesso a fronteiras como as de Vilar Formoso e do Caia, com centenas de participantes com tratores e máquinas agrícolas a reivindicarem melhores condições para o setor primário.

Na quarta-feira, os agricultores do Algarve anunciaram que iam realizar uma marcha lenta entre Faro e Castro Marim para exigir “condições justas” e a “valorização da atividade”.

O protesto estava incluído nas ações que o Movimento Civil de Agricultores Portugueses convocou para hoje em várias zonas do país para reclamar melhores condições para os profissionais.

O Movimento Civil Agricultores de Portugal apresentou-se como “um movimento civil espontâneo e apartidário que une agricultores e sociedade civil em defesa do setor primário” e justificou a ida para a estrada com máquinas agrícolas com a necessidade de “lutar pelo direito humano à alimentação adequada, por condições justas e pela valorização da atividade”.

Convidando “toda a sociedade civil a estar presente e a apoiar esta causa”, os agricultores portugueses afirmaram-se “unidos e preparados para se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural”.

O Movimento Civil Agricultores de Portugal destacou na ocasião que o seu objetivo é “apoiar os agricultores e melhorar a produtividade do setor agrícola, garantindo um abastecimento estável de alimentos a preços acessíveis”.

A estrutura defende a “reposição imediata das ajudas” e a “assunção dos compromissos contratualizados” no âmbito de uma revisão do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) para garantir a sua adequação “à realidade portuguesa”.

Os agricultores defendem também políticas agrícolas com diretrizes de médio e longo prazo, de forma a garantir estabilidade ao setor, uma dotação orçamental “adequada a cada pilar”, ecorregimes adequados a cada território, a convergência para a média da União Europeia, a revisão do calendário de pagamentos e a desburocratização dos licenciamentos (Balcão do Agricultor).

Entre as reivindicações estão ainda o reconhecimento dos serviços ambientais, fatores de produção “a preços justos e competitivos” (nomeadamente nos combustíveis), a valorização dos produtos no produtor, a aplicação das mesmas regras da União Europeia à entrada de produtos agrícolas de países terceiros e que a agricultura faça parte da disciplina de Cidadania nas escolas.

07h25 Dezenas de tratores interrompem circulação na A25 em Vilar Formoso

Dezenas de máquinas agrícolas e agricultores estão a interromper desde as 6h00 a circulação na A25, entre o nó de Leomil e Vilar Formoso, na Guarda. O protesto está a juntar agricultores de toda a Beira Interior, de acordo com o porta-voz do Movimento Civil de Agricultores para a região das Beiras.

Em declarações à agência Lusa, Ricardo Estrela, agricultor, que está em marcha lenta na A25, contou que as máquinas agrícolas, reboques e veículos entraram cerca das 6h00 no nó de Leomil e cerca das 6h50 estavam em marcha lenta em direção a Vilar Formoso.

“A ideia é bloquear, mas estamos em marcha lenta para permitir que mais veículos possam participar e entrar na autoestrada. Nesta altura é difícil dizer quantos veículos estão na autoestrada, mas vieram agricultores de toda a Beira Interior”, disse.

De acordo com Ricardo Estrela, os agricultores começaram a chegar cedo, alguns ainda na quarta-feira à noite.

“Em termos de número de máquinas é uma coisa nunca antes vistas. Atrevo-me a dizer que estamos a fazer historia no setor, estamos a mostrar a nossa união. Quando queremos somos unidos”, referiu.

07h00 Centenas de tratores protestam em Bruxelas em dia de cimeira europeia

Filas de tratores começaram hoje a circular, num buzinão, pelas ruas do bairro europeu de Bruxelas ao início da manhã, ao mesmo tempo que decorre uma cimeira de líderes da UE.

Outros grupos de tratores encontram-se desde a madrugada na circular interna da capital belga, dificultando o trânsito, e as autoridades pediram aos cidadãos que utilizem os transportes públicos para se deslocarem na capital.

A polícia rodoviária federal também informou que vários grupos de tratores se encontravam em várias estradas nacionais e circundantes em direção à capital.

A cólera dos agricultores belgas, que iniciaram as ações de protesto no domingo, vai intensificar-se durante o dia em Bruxelas para mostrar o descontentamento do setor aos dirigentes europeus.

Representantes de associações agrícolas de diferentes países, incluindo de Portugal, Espanha e Itália, vão participar numa manifestação no bairro europeu, pela hora do almoço, para explicar as razões do protesto.

As razões do descontentamento dos agricultores, que nos últimos meses provocaram protestos em mais de 15 Estados-membros, incluindo Alemanha e França, não deverão ser formalmente abordadas nesta cimeira.

No entanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse já pretender debater a questão durante a estada em Bruxelas.

Macron disse que vai propor à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, uma série de alterações na política agrícola, nomeadamente nas regras de retirada de terras da produção e na entrada de produtos ucranianos, para responder à crise que Paris enfrenta com os protestos do setor.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia propôs a prorrogação por mais um ano dos benefícios comerciais concedidos à Ucrânia para apoiar a economia do país, face à invasão da Rússia, mas introduziu salvaguardas para o caso de os mercados agrícolas de um ou mais países serem afetados.

Além disso, a Comissão Europeia propôs, na quarta-feira, a revogação da regra que obriga os agricultores a manterem parte das terras aráveis em pousio durante todo este ano, uma medida exigida por manifestantes em vários Estados-membros da UE.

06h38 Protesto bloqueia EN4 em Elvas

A EN4 junto a Elvas, no distrito de Portalegre, foi temporariamente cortada ao trânsito, no arranque de um protesto de agricultores que pretende bloquear a fronteira com Espanha.

Os homens da terra, vindos de vários concelhos dos distritos de Évora e Portalegre, começaram a concentrar-se antes das 5h00, neste local, sob o ‘olhar atento’ da GNR, e, por volta das 6h20, iniciaram o protesto.

Com os tratores parados ou em circulação lenta neste troço da EN4, o trânsito ficou bloqueado, constatou a agência Lusa no local.

Os tratores conduzidos por agricultores têm os pirilampos ligados e transportam bandeiras portuguesas e faixas com palavras de ordem contra as políticas do Governo para o setor.

Entretanto, carrinhas estão a entrar no nó da autoestrada A6 junto à EN4, supostamente em direção à fronteira do Caia.

Segundo João Dias Coutinho, da organização do protesto, neste local, estarão cerca de 150 tratores e 100 carrinhas.

Já a dois quilómetros da fronteira de Galegos, em Marvão, também no distrito de Portalegre, o trânsito está cortado, desde as 6h0, mantendo-se apenas uma faixa de segurança, indicou à Lusa a organização do protesto.

Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul do país, reclamando a valorização do setor e condições justas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.

O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

O pacote abrange entre outras, medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo movimento, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.