Os deputados da Comissão de Economia aprovaram hoje as audições de Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, e de Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças, sobre a privatização da TAP, mas também de outros ex-governantes, como Pedro Nuno Santos e José Sócrates.
Em reunião, a comissão parlamentar de economia aprovou requerimentos de vários grupos parlamentares sobre a companhia aérea TAP, desde logo a audição de Miguel Pinto Luz, que à data da privatização era secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, mas também Maria Luís Albuquerque, que era, em 2015, ministra das Finanças e foi recentemente escolhida pelo Governo de Luís Montenegro para comissária europeia.
Os pedidos de audição incluem outros ex-governantes: Mário Centeno, antigo ministro das Finanças e governador do Banco de Portugal; Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas e secretário-geral do PS; Pedro Marques, antigo ministro do Planeamento e Infraestruturas; Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado das Infraestruturas; e José Sócrates, antigo primeiro-ministro.
Do lado da gestão da TAP, são convocados David Neeleman, ex-acionista da companhia; Fernando Pinto, ex-presidente da TAP; e Diogo Lacerda Machado, ex-administrador da TAP nomeado pelo governo de António Costa. Foi ainda aprovada a audição de Pedro Ferreira Pinto, ex-presidente da Parpública.
A aprovação destas audições acontece no mesmo dia em que, na Comissão Permanente da Assembleia da República, PSD, Chega e CDS rejeitaram debater o tema da TAP, com a presença do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.
O dossiê TAP voltou a tema do dia depois de, no início do mês, uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças às contas da TAP ter revelado que o negócio de compra da companhia por David Neelman, em 2015, foi financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares feito pela Airbus, em troca da compra pela companhia aérea de 53 aviões à construtora aeronáutica europeia.
Ainda na comissão parlamentar da economia de hoje foi aprovado um requerimento do PCP para audição da ANACOM, o regulador das comunicações, sobre o aumento dos custos das telecomunicações.
Miguel Santos, presidente da comissão parlamentar, informou ainda os deputados sobre o pedido de audição a Vítor Gaspar a propósito da privatização da ANA. Segundo o deputado, Gaspar respondeu ao parlamento que, por motivo de viagens profissionais, não consegue dar data e hora para ser ouvido na comissão parlamentar e pediu que lhe fossem enviadas perguntas escritas.
Uma vez que os deputados não podem obrigar o ex-governante a estar presente na audição, foi acordado que até 27 de setembro os grupos parlamentares enviarão aos serviços as perguntas para estes fazerem chegar a Vítor Gaspar.