Em representação da linha Rui Rio, foi o ex-secretário-geral Salvador Malheiro quem esteve no 41.º Congresso do PSD para deixar a Luís Montenegro um sinal de “unidade” e dizer que todo o partido está pronto para a batalha.

Também Nuno Morais Sarmento, ex-ministro do governo de Durão Barroso e vice-presidente de Rui Rio, se deslocou a Almada para dar o sei apoio (e conselhos) ao presidente do partido numa altura em que o PSD tem a oportunidade de chegar ao poder com a antecipação das eleições para 10 de março depois da demissão do primeiro-ministro.

Perante o congresso, Salvador Malheiro, também presidente da Câmara de Ovar, disse que “ninguém pode ser vetado ou dispensado” no atual momento de campanha, rematando: “Não vale a pena olhar para trás, para as pequenas divergências, porque aquilo que temos pela frente obriga a que todos nós sejamos convocados”. E fez ainda questão de deixar uma clara mensagem: que está disponível “para ajudar, para apoiar, para unir e congregar”.

Salvador Malheiro defendeu ainda que “não existem linhas vermelhas na angariação de votos por parte do PSD” e deixou um alerta aos que, na última eleição, votaram no PS sem saber que António Costa formaria uma ‘geringonça’ com BE e PCP.

Também vários deputados do PSD conotados com a ala de Rui Rio, e que neste ano e meio protagonizaram o rosto da crítica interna, fizeram questão de marcar presença no conclave social-democrata para dar um sinal de união. E Luís Montenegro, que está numa fase de reunir as tropas em torno da sua liderança, também arrancou a reunião magna a dizer que o PSD trabalha por essa união.

Já o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, que em tempos disse que Montenegro representava “o pior” do PSD, fez também um apelo à unidade e disse: “Nós não temos uma crise política por causa de uma investigação criminal. Nasceu da demissão do primeiro-ministro que assentou o seu poder numa maioria parlamentar que apodrece”.

Sem dizer o nome do Chega, Ribau Esteves, que fez parte da direção do ex-líder Luís Filipe Menezes, deixou outro conselho ao PSD no relacionamento com o partido liderado por André Ventura: “Somos nós o PSD a alternativa credível ao PS que temos de dizer basta, aos outros que usam uma palavra sinónima temos de os ganhar pelos argumentos da política e da razão, não é dizer que não são democratas”.