Covid-19: Restauração com testes no Natal e na Passagem de Ano e ajuntamentos de mais de dez pessoas proibidos

Primeiro-ministro anunciou as novas medidas de combate à pandemia de covid-19. Número de testes gratuitos por pessoa passa para seis por mês. “Não podemos achar que à mesa de Natal só há afectos e não há vírus”, disse aos portugueses. A 5 de Janeiro, é feito ponto da situação.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou, esta terça-feira, mais medidas de combate à pandemia de covid-19 em Portugal, numa altura em que a variante ómicron está a preocupar especialistas em todo o mundo. “Uma variante muitíssimo mais transmissível do que a delta”, lembrou o chefe do governo na conferência de imprensa.

Deste modo, o Governo decretou, após falar com o Presidente da República e ouvir os partidos com assento parlamentar, o aumento do número de testes gratuitos por pessoa por mês (passa de quatro para seis), a entrada em vigor do teletrabalho obrigatório às 00h00 de 25 de Dezembro, o encerramento de discotecas e bares e também de creches e ATL’S. Estas empresas e os encarregados de educação afectados por estas decisões serão alvo de medidas de apoio.

Por outro lado, passará a ser obrigatório teste negativo para estabelecimentos turísticos e alojamentos locais, cerimónias como casamentos e baptizados e eventos empresariais. A lotação dos espaços comerciais também será reduzida para evitar aglomerações nos saldos e período de trocas.

Será igualmente necessário teste negativo para entrar em todos os recintos desportivos independentemente da capacidade dos locais, uma exigência idêntica à que passará a estar em vigor em espectáculos culturais.

Para os dias 24, 25, 30 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro será obrigatório apresentar teste – antigénio feito em farmácia ou PCR – para ter acesso a restaurantes, casinos e festas de Passagem de Ano. Da mesma maneira, serão proibidos ajuntamentos da via pública de mais de 10 pessoas na noite de Passagem de Ano e o consumo de bebidas alcoólicas na via pública.

A estas medidas de carácter obrigatório, António Costa juntou recomendações: “não podemos achar que à mesa da Consoada só há afectos e não há vírus”. Por isso, o primeiro-ministro apela a que as celebrações se realizem com o menor número de pessoas possível, que os espaços sejam arejados para evitar a concentração de vírus dentro da residência e que se use máscara sempre que possível – principalmente se houver diferentes agregados familiares.

“Queria voltar a insistir na necessidade de todos se testarem antes de se juntarem antes dos encontros de Natal. Nem que seja um autoteste”, pediu aos portugueses, deixando ainda uma palavra de confiança às famílias, às empresas mais afectadas e aos agentes culturais. “Temos consciência do impacto destas medidas, mas temos consciência que, se não adoptarmos estas medidas, as consequências serão piores a seguir ao Natal”, sublinhou.

“Acredito que todos vamos continuar a fazer o que fizemos até agora. Cada um protegendo-se a si para proteger os outros e termos um Janeiro de 2022 melhor que o Janeiro de 2021”, declarou.

António Costa anunciou ainda que será feita nova actualização da situação a 5 de Janeiro. “É uma questão de ser realista e ver se podemos relaxar as medidas ou se temos de ter medidas mais intensas”, disse aos jornalista, assumindo “esperar” que estas medidas só se apliquem até 10 de Janeiro, mas sem se poder comprometer. “Isto não acabou”, rematou.

Recorde-se que a reunião do Conselho de Ministros, a última antes do Natal, estava prevista para a próxima quinta-feira, como é habitual. No entanto, o líder do executivo decidiu antecipá-la para hoje. “Esta antecipação resulta do facto de propostas recebidas pelo grupo de epidemiologista que têm apoiado o executivo. Como são medidas com impacto na vida das pessoas, convém que sejam tomadas com antecedência, tendo em vista tornar possível uma melhor preparação e adaptação”, declarou, na segunda-feira, fonte do executivo à Lusa.