O Conselho das Finanças Públicas (CFP) manteve esta terça-feira a projeção de crescimento da economia portuguesa de 1,6% este ano, esperando uma recuperação para cerca de 2% até 2028, e cortou a taxa de inflação para 2,6% no ano corrente.

De acordo com o relatório divulgado hoje, a instituição presidida por Nazaré da Costa Cabral prevê (num cenário de políticas invariantes) uma desaceleração da atividade económica de 2,3% em 2023 para 1,6% em 2024, a que se segue uma recuperação para 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026, seguida de uma taxa de 2% em 2027 e 2028.

A previsão do CFP está praticamente em linha com a de 1,5% inscrita pelo anterior executivo no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

No entanto, a instituição está mais pessimista do que o governo no cenário macroeconómico do programa da Aliança Democrática (coligação entre PSD, CDS-PP e PPM) para as eleições legislativas de 10 de março, pela qual foi eleito o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

A AD utilizou para este ano a previsão de crescimento de 1,6% do CFP, mas para os anos seguintes prevê uma taxa de 2,5% em 2025, 2,7% em 2026, 3% em 2027 e 2,4% em 2028.

A desaceleração esperada pelo CFP para este ano está associada aos “elevados níveis de incerteza”, relacionados com a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e à “efetiva transmissão do impacto negativo da manutenção das taxas de juro em níveis elevados na economia portuguesa e nas economias dos seus principais parceiros”.

Paralelamente, o CFP está ligeiramente mais otimista quanto ao ritmo de descida da inflação para este ano, apontando para uma taxa (medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) de 2,6%, abaixo dos 2,8% esperados em setembro, seguida de 2,2% em 2025 e de 2% a partir de 2026.

Prevê ainda uma taxa de desemprego de 6,5% este ano (6,4% em 2023), 6,3% em 2025 e 6,2% em 2026.