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Conferência para a Paz na Ucrânia arranca este sábado na Suíça sem Rússia nem China

Nesta cimeira, para a qual foram destacados 4 mil militares para garantir a segurança do evento, a Ucrânia espera obter um largo apoio internacional a um plano conjunto de paz, já na perspetiva de uma segunda cimeira, para a qual seria convidada a Rússia, que atualmente ocupa cerca de 20% do território ucraniano.
15 Junho 2024, 10h34

A Suíça acolhe entre este sábado e domingo a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.

O objetivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é “inspirar um futuro processo de paz”, tendo por base “os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional”.

Nesta cimeira, que começa esta tarde na luxuosa estância suíça de Burgenstock, nos arredores de Lucerna (centro da Suíça), para a qual foram destacados 4 mil militares para garantir a segurança do evento, a Ucrânia espera obter um largo apoio internacional a um plano conjunto de paz, já na perspetiva de uma segunda cimeira, para a qual seria convidada a Rússia, que atualmente ocupa cerca de 20% do território ucraniano, na sequência da ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.

Entre os participantes — cerca de metade dos quais da Europa – contam-se o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Entre os grandes ausentes da cimeira, para a qual haviam sido convidados 160 países e delegações, destaque naturalmente para a Rússia.

Por diversas ocasiões, Moscovo deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado em finais de 2022 por Zelensky — que prevê na sua versão inicial uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte das autoridades russas e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos -, e acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias.

De resto, entre os membros do grupo dos países de economias emergentes (BRIC), além da Rússia e da China, também o Brasil não participará, por considerar indispensável a participação de Moscovo — ainda que o Presidente, Lula da Silva, tenha estado esta semana na Suíça para participar numa cimeira da Organização Internacional do Trabalho.

A presença de uma delegação da África do Sul continua incerta, e apenas a Índia confirmou publicamente a sua presença na conferência, mas ainda se desconhece a que nível de representação.

Portugal estará representado na conferência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Na quarta-feira, precisamente na Suíça, por ocasião do encerramento das celebrações do Dia de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou as ausências e o pouco sucesso que se prognostica para esta cimeira, enfatizando antes a importância da mesma como “um primeiro passo”, que tinha de ser dado nalgum momento, num processo que conduza ao fim da guerra.

“Tem de se perceber que esta cimeira é a primeira de várias cimeiras. Tinha de haver uma cimeira, a primeira, e a Suíça avançou, e avançou muito bem. Se não se dá o primeiro passo num processo que é para a paz, aí perde-se o que é um caminho fundamental que todos desejamos”, disse o chefe de Estado português, após um encontro em Berna com a Presidente da Confederação Suíça, Viola Amhed, a anfitriã desta cimeira para a paz na Ucrânia.

Numa mensagem publicada na rede social X, o governante sustentou que a cimeira irá constituir “uma oportunidade para a maioria global tomar medidas específicas em áreas importantes para todos no mundo: segurança nuclear, segurança alimentar e regresso dos prisioneiros de guerra e de todas as pessoas deportadas, incluindo as crianças ucranianas deportadas”.

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