O concelho de Nelas registou com os incêndios de setembro um prejuízo superior a 1,5 milhões de euros no setor agrícola e em equipamentos municipais, revelou hoje o presidente da Câmara.
“Estamos a falar em quase 1,53 milhões de euros. Destes, quase 700 mil euros em equipamentos e infraestruturas municipais”, adiantou o presidente, Joaquim Amaral.
Do total de prejuízos, fazem parte também mais de 500 mil euros referentes aos pequenos agricultores, um valor que ainda não está fechado, e quase 350 mil euros dizem respeito à Empresa de Desenvolvimento Mineiro. Entre os equipamentos municipais, o presidente disse que foram gravemente afetadas Estações de Tratamento de Águas Residuais e estações elevatórias, e também um estádio de futebol em Vale de Madeiros, entre outros equipamentos.
Com um total de 2.305 hectares de área ardida, “maioritariamente mancha florestal, seguida de agrícola”, o presidente especificou que o incêndio destruiu “essencialmente vinha, olival e terrenos agrícolas da economia familiar de subsistência”, com “alguns empreendimentos de pequena e média dimensão”.
“Sobretudo pessoas idosas, mas estamos também a falar de muita gente nova com negócios em áreas como a suinicultura, a cunicultura, a avicultura, a vitivinicultura e a criação de ovelhas e cabras para produção do leite usado no fabrico de queijo Serra da Estrela”, contou.
No concelho de Nelas, as chamas consumiram uma casa na freguesia de Senhorim, que, segundo o autarca, está identificada como sendo de primeira habitação, mas não atingiram empresas.
“Embora o fogo tenha estado nas proximidades de todas as áreas de acolhimento empresarial, particularmente nas duas de Nelas e na de Canas de Senhorim, felizmente foi possível controlá-lo”, referiu.
No entanto, acrescentou, poderão vir a ser aferidos impactos indiretos, provocados “pelo calor intenso, que poderá ter influenciado em produtos e equipamentos”.
Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios que atingiram na passada semana sobretudo as regiões Norte e Centro de Portugal. Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135 mil hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147 mil hectares.