Cinco das seis pessoas com legionela no concelho de Caminha estão hospitalizadas, uma delas nos cuidados intensivos, e as autoridades continuam a investigar a origem da infeção, revelou esta terça-feira o delegado de saúde do Alto Minho.

Em conferência de imprensa, Luís Delgado disse que a maior parte dos doentes “reside a 500/600 metros” de uma área de Vila Praia de Âncora que está a ser investigada, a par de outras zonas “suspeitas”.

“Pode ser uma zona onde exista eventualmente um ar condicionado, um fontanário ou equipamentos de irrigação que possam gerar aerossóis”, explicou.

O delegado de saúde notou que existe “uma equipa grande, de saúde ambiental e saúde pública, no terreno a identificar as situações”.

“A primeira fase é de suspeita. Depois temos de confirmar se a suspeita se confirma”, observou Luis Delgado.

O responsável acrescentou não poder confirmar se os equipamentos municipais foram já descartados como estando na origem da contaminação.

“Há várias suspeitas em Vila Praia de Âncora”, freguesia do concelho de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, disse.

Numa informação escrita distribuída aos jornalistas, foi referida a existência de “seis casos notificados”, dos quais cinco internados, “um com alta prevista para hoje”.

Internada nos cuidados intensivos está uma mulher de 60 anos.

Está ainda infetada “uma senhora acamada”, referiu o delegado de saúde.

“Isto tem a ver com os aerossóis, o ar que contaminou essa doente”, referiu Luís Delgado, acrescentando que “a maior parte dos doentes reside em Vila Praia de Âncora e um em Vilarelho”, e todos “sem relação familiar”.

Quanto aos sintomas da infeção, o delegado de saúde explicou que “é como se fosse uma gripe, com febre, dores de cabeça, tosse ou falta de ar”.

“A diferença é que, neste caso, a infeção não é provocada por um vírus, mas por uma bactéria”, acrescentou.

As seis pessoas identificadas neste foco de legionela têm entre 52 e 92 anos, indicou à Lusa o presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, que indicou ainda que está em curso uma “investigação ambiental” das autoridades de saúde para identificar a origem da infeção.

O primeiro caso foi notificado às autoridades de saúde na sexta-feira e o sexto caso identificado hoje, de acordo com a informação disponibilizada pelo delegado de saúde.

A doença do legionário, provocada pela bactéria Legionella pneumophila, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.