O Chega anunciou esta terça-feira que vai requerer as audições do ministro da Administração Interna e dos serviços de informações para que prestem esclarecimentos sobre as medidas para evitar “ataques como os que aconteceram em França e na Bélgica”.

Numa declaração aos jornalistas no Parlamento, André Ventura disse que formalizará nesta terça-feira a entrega desses requerimentos e, ressalvando que não quer “levantar alarmismos”, considerou que ataques como os recentes em França e na Bélgica se podem “rapidamente espalhar por todos os países da Europa”.

Ventura disse que pretende perguntar à secretária-geral do SIRP, Graça Mira-Gomes, “que trabalhos estão os serviços de informações a fazer neste momento e que recolha está a ser feita para garantir que Portugal está a salvo de ataques como os que ocorreram na Bélgica e em França”.

Quanto ao ministro José Luís Carneiro, Ventura defendeu que deve prestar esclarecimentos sobre a “a proteção específica da comunidade israelita” e sobre os esforços que estão a ser feitos no âmbito da segurança pública para evitar que se manifestem em Portugal atos motivados pelo fundamentalismo islâmico.

“O que me parece óbvio e evidente — isto não tem nada a ver com a comunidade islâmica em si, mas com o conflito — é que o conflito que existe e que está a polarizar-se e a extremar-se vai, com toda a certeza, ter um rastilho de violência sobre muitos pontos do mundo, porque já está a ter”, acrescentou.

O líder do Chega indicou que estas propostas vão ser formalizadas na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e disse esperar o apoio de todos os partidos por ser um “tema de segurança incontestavelmente consensual”.

André Ventura disse ainda ter contactado “esta manhã com o presidente da direção da Comunidade Judaica do Porto”, que lhe “transmitiu a preocupação da comunidade” em relação à sua segurança.

O presidente do Chega pediu ao governo que, temporariamente, “assegure uma parte” dos custos com segurança, uma vez que “já houve incidentes”, nomeadamente a sinagoga do Porto ter sido vandalizada.

Na sexta-feira, um professor foi esfaqueado em frente a uma escola secundária no norte de França, num ataque no qual três outras pessoas ficaram feridas. O autor do ataque — que tem 20 anos, nacionalidade checheno-russa e é acusado de radicalização islâmica — reivindicou o ato em nome da organização Estado Islâmico.

Na segunda-feira, em Bruxelas, duas pessoas morreram baleadas e uma outra ficou ferida, tendo o suspeito sido morto pela polícia. Na sequência deste ataque, o nível de alerta em Bruxelas foi elevado para o grau máximo.