O presidente executivo do Pestana Hotel Group (PHG) afirma que as perspetivas para 2024 são otimistas, tendo em conta o primeiro trimestre e as reservas para os próximos meses, ainda que prefira manter alguma cautela.
“Os primeiros meses deste ano – nos quais tivemos a Páscoa e no ano passado não – foram superiores aos de 2023 e nesse sentido são boas as perspetivas. Para além disso, as reservas que temos para os próximos meses também são elas superiores às que tínhamos no ano passado” para os meses seguintes, disse José Theotónio, num encontro com jornalistas, em Lisboa, para apresentar os resultados financeiros de 2023.
Segundo o mesmo responsável, o Pestana Hotel Group (PHG) obteve um resultado líquido de 105 milhões de euros em 2023, menos 4% do que no ano anterior, já que em 2022 o grupo contou com uma mais-valia extraordinária pela venda de uma unidade hoteleira, que rendeu 75 milhões de euros.
Durante 2022, o Grupo vendeu uma unidade hoteleira, o Pestana Blue Alvor, ao fundo Azora, por 75 milhões de euros.
“As perspetivas são positivas, mas desde fevereiro de 2020, quando tudo corria bem, que tenho muito cuidado” a apontar previsões, explicou, lembrando que em março desse ano a economia encerrou devido à pandemia de covid-19.
Para além disso, acrescentou, as taxas de cancelamento hoje são aplicadas de forma muito diferente, o que quer dizer que as reservas antecipadas nem sempre se traduzem em negócio.
Questionado se antevê para 2024 a manutenção de uma subida do preço médio das dormidas, José Theotónio referiu que o objetivo do grupo “é conseguir manter o preço mais alto”, mas que entendem que esta estratégia tem em alguns mercados que ser feita com algum cuidado, dada a conjuntura de inflação e de taxas de juro altas.
“Não acredito que consigamos o aumento de 10% (que quase tiveram em 2023), mas que consigamos pelo menos repercutir a inflação”, afirmou o CEO.
Em termos de resultado recorrente, ou seja, não tendo em conta a mais-valia extraordinária obtida em 2022, o lucro do PHG subiu 30% no ano passado.
O grupo apresentou um resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) de 189 milhões de euros, um aumento de 5%. Em termos recorrentes, este indicador subiu 25%.
As receitas subiram 23% em 2023, para 557 milhões de euros, a beneficiar, essencialmente, do crescimento de 9,5% do preço médio das dormidas. Este situou-se em termos médios, a nível global, em 144,2 euros. Já em Portugal foi de 142,1 euros, mais 8,9%.
A taxa média de ocupação do grupo foi de quase 67,7%, mais 3,9%. Em Portugal foi de 68,8%, mais 3,4% do que em 2022, com os turistas americanos a registarem o maior crescimento.
“Este é um aspeto positivo, já que é mais importante crescer quando acrescentamos valor, que é através do preço, do que quando é por ocupação, por volume”, lembrou.
Em 2023, o grupo amortizou antecipadamente empréstimos com taxas de juro variável, mantendo a estratégia de taxas fixas, resultando num rácio de dívida líquida/EBITDA num valor inferior a 1. “Este rácio está em 0,9%”, especificou o CEO.
O grupo gere mais de 100 hotéis em Portugal e no estrangeiro, em 16 países, contando com mais de 12.500 quartos.