O novo centro “Iscte – Conhecimento e Inovação” vai ser inaugurado na próxima segunda-feira, dia 20 de novembro, um momento que será marcado pela apresentação de três grande projetos de investigação, entre outros. É neste centro que a universidade vai instalar todas as suas unidades de investigação e produção de conhecimento, envolvendo mais de mil investigadores, adianta um comunicado divulgado esta sexta-feira.

A inauguração vai decorrer da parte da manhã e vai contar com a presença do primeiro-ministro, António Costa, das ministras da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e da Coesão, Ana Abrunhosa, e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

Dois dos projetos que vão ser apresentados, o X-PAnDH e o XShare, são programas de investigação que pretendem revolucionar a partilha de dados de saúde em toda a Europa e cujos principais recursos de I&D vão estar sedeados no novo edifício. O Iscte lidera o consórcio internacional X-PAnDH, financiado pelo programa Horizonte Europa, que envolve mais de 25 entidades empenhadas em desenvolver um sistema interoperável de dados de saúde nos países da União Europeia. Por seu lado, o projeto XShare permitirá aos cidadãos europeus controlar num futuro próximo a partilha dos seus dados clínicos entre instituições de saúde, nacionais ou internacionais, podendo tomar decisões caso a caso.

Outro projeto de investigação que se destaca e que vai ter lugar neste novo centro será o kNOwHATE – Knowing Online Hate Speech, que visa combater o discurso de ódio online, desenvolvendo mecanismos de deteção automática e permitindo intervenções mais rápidas das instituições sempre que o fenómeno se manifestar em redes sociais, órgãos de comunicação ou sites institucionais.

Já o projeto “Ciência de Dados para as Desigualdades Ambientais” irá cruzar as pesquisas de diferentes unidades de investigação do “Iscte – Conhecimento e Inovação”. O programa vai analisar dados ambientais e desigualdades recorrendo às ciências sociais e adaptando ferramentas digitais para a resolução de problemas urbanos. Desta forma poderão ser usados recursos digitais que permitam, a quem estiver interessado, apresentar propostas de desenvolvimento sustentável em conjunto com grupos sociais e com municípios.

“Qualquer um destes três projetos, como muitos outros que irão ser lançados e desenvolvidos, mostram o potencial de interface que o ‘Iscte – Conhecimento e Inovação’ possui para cruzar as áreas das engenharias, tecnologias e arquitetura com as ciências sociais e comportamentais, a economia e a gestão”, diz Maria de Lurdes Rodrigues, reitora do Iscte. “Este centro é a concretização em Lisboa dos conceitos académicos, arquitetónicos e urbanísticos da ‘Universidade sem muros’, os quais promovem a interação da academia com o tecido social e económico envolvente”, acrescenta.

O edifício do novo centro “Iscte – Conhecimento e Inovação” parte de um projeto de arquitetura desenvolvido por uma equipa coordenada por Bernardo Pizarro Miranda, arquiteto e professor do Iscte, e contou com a colaboração de estudantes de Arquitetura desta universidade. O projeto parte da reconstrução do antigo edifício do IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, que o Iscte adquiriu ao Estado em 2011 por 9,2 milhões de euros.

No total, o investimento no centro “Iscte – Conhecimento e Inovação” é de 19,5 milhões de euros, tendo sido cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional em 7,7 milhões de euros, no âmbito do Programa Operacional Regional Lisboa 2014-2020.