O presidente do CDS-PP enviou esta quinta-feira uma carta aos militantes a demarcar “expressamente” o partido do acordo de incidência parlamentar celebrado na Madeira entre o PSD e o PAN, afirmando que cabe à estrutura regional decidir se quer participar no governo da região autónoma.

A missiva foi enviada depois da reunião da noite de quarta-feira da comissão executiva do partido, na qual Nuno Melo mostrou o seu desagrado.

“O CDS-PP demarca-se expressamente do acordo celebrado entre o PSD-Madeira e o PAN. Não obstante, compete exclusivamente ao CDS-Madeira, nos termos dos estatutos do partido e no quadro da sua autonomia regional, adotar uma decisão acerca do acordo e da participação no Governo Regional da Madeira”, escreve Nuno Melo.

O presidente do CDS-PP reitera na carta o que quarta-feira disse ao seu núcleo-duro: o CDS/Madeira “não teve qualquer participação neste acordo de incidência parlamentar”. Um acordo, escreve ainda, que é “bilateral, celebrado apenas entre o PSD/Madeira e o PAN”.

“O único acordo que o CDS-Madeira celebrou foi com o PSD-Madeira relativo à coligação pré-eleitoral Somos Madeira”, refere.

O presidente do CDS-PP garante o PAN vai continuar a ser “um adversário político” do seu partido e que o partido que lidera, sendo de “centro-direita e da direita democrática”, tem um visão “doutrinal e ideológica completamente oposta e antagónica à do PAN acerca do personalismo, do mundo rural, das tradições e costumes e de todo um modo de vida em sociedade”.

Nuno Melo diz ainda que existia outra alternativa, referindo-se à Iniciativa Liberal e sublinha que havia “vantagem de sinalizar ao eleitorado e ao país que há um esforço possível e comum no centro-direita para assumir com estabilidade e coerência as responsabilidades e a viabilidade de uma governação não socialista.”
Apesar de a coligação “Somos Madeira”, formada pelo PSD e CDS, ter ganho as eleições regionais, não conseguiu a maioria absoluta, pelo que o PSD negociou com o PAN. Nuno Melo considera que tal resultado deve-se,“no essencial, a uma grande fragmentação do voto”.

Ao seu núcleo-duro, na quarta-feira à noite, Nuno Claro foi claro a garantir, segundo sabe o NOVO, que no continente nunca validaria um acordo com o PAN