CDS apela a Marcelo para estar “particularmente atento” à privatização da TAP

Nuno Melo defende que o anúncio de que Diogo Lacerda Machado “será um dos líderes de um consórcio internacional concorrente à privatização da TAP pode configurar um caso grave”. E promete solicitar a “intervenção” da Comissão Europeia.

O CDS apela ao Presidente da República para estar “particularmente atento” à privatização da TAP. O presidente do partido considera que o anúncio de que Diogo Lacerda Machado “será um dos líderes de um consórcio internacional concorrente à privatização da TAP pode configurar um caso grave, de contornos políticos e éticos, que merece uma crítica frontal e clara”.

A corrida à privatização da companhia aérea poderá contar com um consórcio nacional, do qual fará parte Diogo Lacerda Machado, ex-administrador da TAP, noticiou esta quinta-feira o Jornal de Negócios. Nuno Melo considera que esta possibilidade “revela um inaceitável desrespeito por normas básicas de imparcialidade e bom senso num Estado de Direito democrático”.

O CDS, em comunicado, lembra que Diogo Lacerda Machado é “amigo do primeiro-ministro” e “teve mandato” de António Costa para “reverter a privatização da TAP e foi depois nomeado pelo governo socialista para o conselho de administração” da companhia. “A presença agora à frente de um consórcio que anuncia concorrer à futura privatização da TAP, coloca legitimamente uma questão de independência política”, afirma o presidente do CDS, acrescentando que é “muito preocupante que o processo de privatização da TAP comece desta forma”.

“Do ponto de vista ético, e até jurídico, não é aceitável que à frente de um consórcio concorrente à reprivatização da TAP possa estar de novo o mesmo amigo particular do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, levando na pasta todas as informações privilegiadas e óbvios conflitos de interesses acumulados ao longo dos últimos anos”, conclui.

O CDS apela, por isso, ao Presidente da República para que “esteja particularmente atento à reprivatização da TAP, incumbido que está de assegurar o normal funcionamento das instituições democráticas”. E promete solicitar “a intervenção da Comissão Europeia e levar o tema à discussão no Parlamento Europeu”.