O antigo primeiro-ministro José Sócrates recusou esta terça-feira, 19 de dezembro, que o seu governo tenha favorecido o Grupo Espírito Santo no caso EDP, considerando que tem sido um relato sem fundamento repetido pelo Ministério Público.
“Venho repor a verdade dos factos e venho testemunhar a favor de Manuel Pinho. A verdade é que nunca o meu governo nem Manuel Pinho favoreceu o Grupo Espírito Santo de nenhuma forma. Nunca houve nenhum benefício ilegítimo. Isso é falso”, disse aos jornalistas José Sócrates à entrada do tribunal, em Lisboa, onde vai prestar depoimento como testemunha no julgamento do caso EDP.
O antigo primeiro-ministro socialista considerou que este tem sido um relato “repetido pelo Ministério Público ao longo de 12 anos, criando um embuste enorme que não tem qualquer tipo de fundamento e sustentação”.
Manuel Pinho, que está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, foi ministro da Economia entre 2005 e 2009, durante o governo de Sócrates.
José Sócrates disse ainda que em tribunal vai também depor a favor de Manuel Pinho por ter sido “um ministro muito importante no desenvolvimento do plano tecnológico” do seu governo e por ter tido “um ministério essencial naquela que é revolução tecnológica ligada às energias renováveis”.
O julgamento do caso EDP está a decorrer no Campus de Justiça, em Lisboa.
Manuel Pinho é acusado de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.
A sua mulher, Alexandra Pinho, está a ser julgada por branqueamento e fraude fiscal — em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente do Banco Espírito Santo Ricardo Salgado responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento de capitais.