A juíza-adjunta do julgamento do Caso EDP que foi casada com um alto quadro do Grupo Espírito Santo (GES) apresentou esta segunda-feira, 23 de outubro, um incidente de escusa para que o Tribunal da Relação decida se deve continuar no coletivo.
Antes de se iniciar a sexta sessão do julgamento no Juízo Central Criminal de Lisboa – e após se saber hoje que as defesas de Manuel Pinho e Alexandra Pinho apresentaram um requerimento para que a juíza avalie a sua imparcialidade, avançando que o ex-marido de Margarida Ramos Natário terá recebido 1,2 milhões de euros através da sociedade ES Enterprises, considerado o ‘saco azul’ do GES – a magistrada decidiu anunciar o pedido à Relação.
“Farei por uma questão de respeito à justiça e à função de juiz, não que considere que tenha mudado muita coisa. Perante as notícias que têm saído desde quinta-feira, acho que se impõe que suscite de modo próprio o incidente de escusa e que a Relação decida. Fá-lo-ei, não porque considere que algo mudou”, afirmou Margarida Ramos Natário.
A situação acabou por atrasar um pouco o início da sessão, que será preenchida com as declarações da mulher do antigo ministro da Economia.