Carlos Alexandre decreta prisão domiciliária para Armando Pereira e Vaz Antunes

Carlos Alexandre, o juiz de instrução criminal que tem em mãos a Operação Picoas, não seguiu completamente o pedido do Ministério Público e decidiu não enviar o cofundador da Altice para prisão preventiva.

O juiz de instrução criminal Carlos Alexandre ordenou esta segunda-feira que o cofundador da Altice Armando Pereira e o seu “braço-direito”, Hernâni Vaz Antunes, ficassem em prisão domiciliária, recusando o pedido do Ministério Público para que o primeiro ficasse em preventiva.

O procurador Rosário Teixeira tinha requerido a prisão preventiva para Vaz Antunes e a prisão domiciliária (que podia ser substituída por uma caução de 10 milhões de euros) para o homem-forte da Altice, mas Carlos Alexandre decidiu colocar os dois presos no seu domicílio.

Já quanto à filha de Vaz Antunes e ao economista Álvaro Loureiro, outros dois arguidos da Operação Picoas, o MP tinha pedido cauções de 500 mil e 250 mil euros, respetivamente. Rosário Teixeira pediu também, além da proibição de contactos, que os arguidos libertados sejam impedidos de contactos e de se ausentarem para o estrangeiro.

Em relação a estes dois arguidos, o juiz decidiu que ficariam em liberdade, mas teriam de pagar a caução pedida pelo MP.

A Operação Picoas é uma investigação a um esquema de viciação do grupo Altice em sede de contratação com práticas lesivas das empresas deste grupo e da concorrência que apontam para crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. O MP suspeita que o Estado terá sido lesado em mais de 100 milhões de euros.