O presidente da Câmara de Moura, Álvaro Azedo, mostrou-se hoje preocupado com a retirada do helicóptero de combate a incêndios rurais sediado no concelho, lamentando que o município não tenha sido avisado nem informado dos motivos.

“Não se compreende que não só não nos tenham informado, como não tenham tido a sensatez de reposicionar meios que garantissem que, nesta fase, o Centro de Meios Aéreos de Moura pudesse estar operacional”, afirmou à agência Lusa o autarca.

Contactada pela Lusa, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil respondeu que a decisão da retirada do helicóptero não coube a esta entidade. “Trata-se de uma questão contratual, pelo que os esclarecimentos relacionados com o assunto deverão ser endereçadas à Força Aérea Portuguesa”, adiantou.

A Lusa também pediu esclarecimentos à Força Aérea Portuguesa, que remeteu uma resposta para mais tarde.

Nas declarações à Lusa, o presidente do município disse ter a informação oficiosa de que o helicóptero foi retirado de Moura, na quarta-feira, por o operador consignado não ter o certificado da Autoridade Nacional da Aviação Civil.

“Estamos na fase Delta [do dispositivo de combate a incêndios rurais] e, com situações já de alguma complexidade, o meio de combate inicial é retirado”, lamentou, frisando que o helicóptero, até ser retirado, foi “muito utilizado”.

Álvaro Azedo deu como exemplo o período entre os dias 9 e 15 deste mês, em que o helicóptero do Centro de Meios Aéreos de Moura fez “mais missões e mais descargas” do que os aparelhos sediados em Beja e Ourique.

“Lutámos muito por este Centro de Meios Aéreos e veio a comprovar-se a necessidade de estar a funcionar. É crucial para toda a região, porque não é só Moura que está em causa. Está Portel, Mourão, Vidigueira, Serpa e Barrancos”, sublinhou.

O autarca assinalou que “fica bem às entidades oficiais terem para com os municípios princípios de lisura na relação que mantêm”, considerando “deviam ter justificado o porquê da recolha do equipamento” à autarquia alentejana.

“Aguardamos que as autoridades oficiais tenham a sensatez de conversar connosco e dizer o que se passou e reposicionem um dos outros meios ou resolvam de vez os constrangimentos que há e devolvam o equipamento ao Centro de Meios Aéreos de Moura”, acrescentou.

O presidente da câmara já manifestou o seu desagrado ao Governo, através de um email enviado ao secretário de Estado da Proteção Civil, a quem pediu que diligencie para a resolução de eventuais constrangimentos ou reposicionamento de meios.