O Bloco de Esquerda anunciou hoje que estará representado por apenas uma deputada na sessão solene evocativa do 25 de Novembro, que intervirá sobre o que classifica como “uma operação de desvalorização do 25 de Abril”.
“O Bloco de Esquerda na segunda-feira só se fará representar por uma única deputada, cuja intervenção se resumirá a denunciar a operação de desvalorização do 25 de Abril como data fundadora da liberdade e da democracia em Portugal”, anunciou Fabian Figueiredo, após a conferência de líderes parlamentares.
Sem adiantar quem será a deputada que vai representará o partido na sessão evocativa do 25 de Novembro, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda disse que, assim que houver uma maioria de deputados de esquerda no parlamento, o partido proporá o fim da realização desta sessão anualmente.
“Não faz nenhum sentido assinalar o 25 de Novembro todos os anos na Assembleia da República”, disse depois de sublinhar que PS, Bloco de Esquerda, Livre e PCP se opuseram à realização desta cerimónia.
A sessão solene evocativa da operação militar de 25 de Novembro de 1975 no na Assembleia da República vai seguir o modelo da cerimónia dos 50 anos do 25 de Abril, sendo apenas encurtados em 30 segundos os discursos dos representantes dos partidos.
Como aconteceu na última sessão solene do 25 de Abril, a cerimónia vai ter honras militares, será executado o hino nacional por duas vezes e o Presidente da República discursa no encerramento.
Hoje, o porta-voz da conferência de líderes, o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira, afirmou que a sessão solene dos 49 anos do 25 de Novembro de 1975 “não irá mimetizar a do 25 de Abril”, mas as diferenças serão mínimas.
Desde o início, as bancadas da esquerda parlamentar – PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre – opuseram-se a esta equiparação entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975 e os deputados comunistas já fizeram saber que não estarão presentes na sessão, alegando que “as forças da revanche querem reescrever a história”.