O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reiterou esta quarta-feira, 1 de maio, em Jerusalém, ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a oposição de Washington a um ataque israelita em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, segundo um porta-voz dos EUA.
Numa reunião com Netanyahu, Blinken “reiterou a posição clara dos Estados Unidos sobre Rafah”, disse Matthew Miller, porta-voz do departamento de Estado norte-americano, referindo-se à ofensiva terrestre na cidade da Palestina sobre a qual o primeiro-ministro israelita se recusa a desistir.
O ataque de Israel à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, tem a oposição da Organização das Nações Unidas (ONU) e de muitas capitais, que temem a carnificina entre os cerca de 1,5 milhões de civis ali aglomerados, a grande maioria deslocados.
As conversações entre Blinken e Netanyahu, primeiro entre os dois e depois com a participação dos seus assessores, duraram duas horas e meia.
Esta é a sétima viagem de Blinken ao Médio Oriente desde o ataque sem precedentes perpetrado em 7 de outubro pelo grupo islamita palestiniano Hamas no sul de Israel a partir da Faixa de Gaza, que desencadeou uma resposta total de Israel no território palestiniano.
Os países mediadores do conflito, nomeadamente Egito, Qatar e Estados Unidos, ainda aguardam esta quarta-feira a resposta do Hamas à última versão de uma proposta de trégua, incluindo uma pausa na ofensiva israelita e a libertação dos detidos palestinianos em troca da libertação dos reféns raptados em Israel durante o ataque de 7 de outubro.
Anteriormente, Blinken tinha assegurado que os Estados Unidos estavam “determinados” a que Israel e o Hamas concluíssem este acordo de trégua “agora”, depois de quase sete meses de combates e bombardeamentos na Faixa de Gaza, cercada e ameaçada de fome.
De acordo com o porta-voz norte-americano Matthew Miller, Blinken discutiu este acordo de trégua com Netanyahu e considerou que “é o Hamas que está a bloquear o caminho para o cessar-fogo”.
O secretário de Estado dos EUA também reconheceu que entrou mais ajuda na Faixa de Gaza desde que Israel autorizou em abril, sob pressão americana, a abertura de mais acesso ao território palestiniano, tendo reiterado a Netanyahu “a importância de manter e acelerar essa melhoria”.