Joe Biden e Tamim Al-Thani, emir do Catar, discutiram hoje por telefone a necessidade de o Hamas libertar “sem demora” os reféns do ataque a Israel, a 7 de outubro, anunciou a Casa Branca.

Os dois líderes discutiram também “os esforços em curso para aumentar o fluxo de ajuda humanitária essencial para Gaza” e a decisão de Israel de autorizar, na sequência de um pedido de Washington, a entrada diária de dois camiões-tanque de combustível no território, afirmou em comunicado a presidência dos Estados Unidos.

O presidente norte-americano, presente em São Francisco para o Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, disse na quarta-feira que estava “relativamente otimista” sobre a libertação de reféns detidos pelo movimento islamita palestiniano Hamas como parte de uma negociação com o Catar.

O Estado do Golfo envolveu-se numa intensa atividade diplomática para tentar garantir a sua libertação após o ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel de 7 de outubro.

O Catar, que acolhe a maior base militar norte-americana no Médio Oriente, é também o país onde está localizado o gabinete político do Hamas e o líder do seu braço político, Ismail Haniyeh, e usou os seus canais com o grupo palestiniano, com acordo dos Estados Unidos, para facilitar a libertação de quatro dos reféns.

O exército israelita anunciou hoje ter encontrado o corpo de umas das reféns, a militar Noa Marciano, de 19 anos.

“O corpo da militar Noa Marciano (…) foi retirado pelas tropas do exército israelita de uma estrutura adjacente ao hospital Al Shifa, na Faixa de Gaza, e transferido para o território israelita”, indicou o exército, em comunicado.

Na segunda-feira, o movimento islamista fez circular uma fotografia do corpo de Noa Marciano, descrevendo-a como “morta por um bombardeamento israelita”.

Foi a segunda refém encontrada em 24 horas pelas forças israelitas junto do Hospital Shifa, o maior da Faixa de Gaza, após ter sido localizado o corpo de uma mulher de 65 anos identificada como Yehudit Weiss.

“Na estrutura onde estava localizada, também foi encontrado equipamento militar, incluindo metralhadoras Kalashnikov e [lançadores de granadas] RPG”, segundo o exército, que acusa o Hamas de usar as instalações do Hospital Al-Shifa como base militar e de comando, o que o grupo palestiniano nega.

A refém encontrada morta na quinta-feira “foi assassinada”, afirmaram as Forças de Defesa de Israel.