O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu esta quarta-feira, 15 de novembro, que “não haverá qualquer local em Gaza” que Israel “não alcance, nenhum esconderijo, nenhum refúgio”, quando o exército israelita entrou no maior hospital do território palestiniano.

“Vamos atingir e eliminar o Hamas e trazer de volta os reféns”, duas “missões sagradas”, declarou Benjamin Netanyahu durante uma visita a uma base militar em Israel.

“Não haverá abrigo para os assassinos do Hamas”, disse ainda.

O exército israelita entrou esta quarta-feira no maior hospital de Gaza, ao considerar que as instalações albergam uma base estratégica do Hamas, uma operação que está a suscitar forte inquietação devido aos milhares de palestinianos refugiados no local.

“Pediram-nos para não entrar em Gaza? Pois, mesmo assim entrámos. Disseram-nos que não chegaríamos à entrada da cidade de Gaza, e chegámos. Disseram-nos que não poderíamos entrar no hospital al-Shifa. E lá estamos”, afirmou Netanyahu.

O hospital al-Shifa, um imenso complexo e desde há vários dias no centro dos combates entre soldados israelitas e combatentes palestinianos, representa um objetivo prioritário para Israel, que disse pretender “aniquilar” o Hamas, no poder em Gaza, em resposta aos ataques de 7 de outubro protagonizado pelo grupo islamita em território israelita.

Intensos combates continuavam a decorrer entre forças militares israelitas e as milícias Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do Hamas, e outras formações armadas palestinianas no norte de Faixa de Gaza, onde 1,65 dos 2,4 milhões de habitantes do território já foram deslocados na sequência da ação militar de Israel, indicou o Gabinete de coordenação dos assuntos humanitários da ONU (Ocha).

O enclave está submetido a um cerco total por Israel desde 9 de outubro, com a população privada do fornecimento de água, eletricidade, alimentos e medicamentos.

Uma parte desta população refugiou-se no sul, perto da fronteira egípcia, mas centenas de milhares permanecem no meio dos combates, no norte do território. Segundo diversas organizações não-governamentais (ONG), a situação é “desastrosa para todos”.

Na Faixa de Gaza, onde Israel afirma pretender “aniquilar” o Hamas, os bombardeamentos israelitas em represália pelo ataque de 7 de outubro já provocaram a morte de 11.320 pessoas, na maioria civis, incluindo 4.650 crianças, segundo o ministério da Saúde do Hamas.

O grupo ismaelita Hamas, no poder em Gaza, é considerado uma organização terrorista pela União Europeia, Estados Unidos da América, Reino Unido e Israel.

De acordo as autoridades israelitas, cerca de 1.200 pessoas foram mortas em Israel no ataque do Hamas em 7 de outubro, incluindo cerca de 350 militares e polícias.