O Banco Central Europeu deixou inalterada a taxa de juro em 4,5%, depois de dez subidas consecutivas nos últimos 15 meses, fazendo assim uma pausa que Christine Lagarde já tinha sinalizado na última reunião, ao mesmo tempo que avalia se estes aumentos serão suficientes para conter a inflação.

Esta era uma pausa que já era antecipada pelos mercados, que fica agora na expectativa de que dê início a um período de patamar nas taxas de juro, uma vez que o enfraquecimento da economia mundial elimina a necessidade de novas subidas. Recorde-se que o BCE subiu a taxa de juro para 4% em setembro, a décima subida consecutiva, naquela que tem sido a restrição da política monetária mais agressiva desde que foi criado.

O BCE optou assim por manter os juros de referência entre 4% e 4,5%. Com a inflação a recuar de 10,6% para 4,3%, na leitura mais recente, a instituição liderada por Christine Lagarde ganhou alguma margem de manobra.

Com o objetivo de trazer a inflação para os 2%, o Conselho do Banco Central Europeu considera, em comunicado, que “as taxas de juro diretoras estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial para esse fim”.

“A informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo”, pode ler-se no comunicado, que sublinha que “a inflação desceu consideravelmente em setembro, incluindo devido a fortes efeitos de base e a maioria das medidas da inflação subjacente continuou a abrandar.”

Ainda assim, alerta o BCE, a a inflação deverá permanecer “demasiado elevada durante demasiado tempo”, sublinhando que “as pressões internas sobre os preços permanecem fortes”. Assim, não tem excluído, a par com a Fed e o Banco de Inglaterra, a possibilidade de novas subidas se a taxa de inflação não descer a um ritmo suficientemente rápido.

No entanto, não restam muitas dúvidas entre economistas e investidores de que o ponto mais alto do custo dos empréstimos na Zona Euro já foi atingido.