O Banco Alimentar Contra a Fome organiza no próximo fim de semana uma nova campanha de recolha de alimentos, que contará com mais de 40 mil voluntários, anunciou hoje a instituição.

Em comunicado, o Banco Alimentar revela que, nesta campanha, com o mote “A sua ajuda pode ser o que ainda faz falta à mesa de uma família”, os portugueses podem doar alimentos em mais de 2.000 superfícies comerciais em todo o país.

De acordo com a instituição, a campanha de recolha realiza-se de forma presencial em 25 e 26 de maio (sábado e domingo) e prolonga-se até 6 de junho no canal ‘online’ do Banco Alimentar.

A instituição apela “ao contributo individual dos portugueses, incentivando à partilha de alimentos que fazem parte da mesa das famílias, consoante a disponibilidade de cada um, numa ação de solidariedade que assume um caráter coletivo, com vista a melhorar a vida de famílias com necessidades”.

Em declarações à Lusa, a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, afirmou que as campanhas de recolha de alimentos são “absolutamente essenciais para o abastecimento dos bancos alimentares” porque, nestas campanhas, são angariados produtos básicos que são importantes para as famílias carenciadas.

“Ao longo de todo o ano o Banco Alimentar recebe produtos como fruta, iogurtes, chocolates, entre outros, que são excedentes de produção, mas os produtos básicos como arroz, azeite e leite, só temos com a doação das pessoas”, explicou Isabel Jonet.

Questionada sobre os pedidos de apoio por parte das famílias, a presidente do Banco Alimentar considerou que, apesar do aumento de alguns apoios sociais públicos, “o número de pedidos de apoio não diminuiu” desde a última campanha em dezembro de 2023.

“Há menos idosos a pedir apoio porque efetivamente foram aprovadas um conjunto de medidas que ajudam os idosos a minorar a sua situação de pobreza e os seus rendimentos muito, muito baixos, mas vemos hoje um conjunto de pessoas que têm trabalho mas não ganham o suficiente para fazer face a este aumento do custo de vida”, sublinhou.

Isabel Jonet defendeu ainda que a ajuda dada pelo Banco Alimentar deve ser “o tão temporária quanto possível”, para não criar assistencialismo. “Aquilo que nós gostaríamos era que as pessoas pudessem autonomizar-se e não necessitar de ajuda, seja ela qual for”, sustentou.