Este é o momento de serem os advogados a ter esperança mas, acima de tudo, a honrarem a toga em causa própria. Não se trata apenas da subsistência. O que está em causa é também a dignidade.
Parece certo que já não há pessoas capazes de morrerem por causas de terceiros. O que se pede é que, pelo menos, não virem a cara. Um dia são eles. No outro, podemos ser nós.
A forma como tratamos os animais demonstra não apenas o nosso grau de civilização como a nossa essência. Contudo, a forma como optamos entre a indiferença ou nos colocamos no lado certo é também apta a dizer muito de nós.
Mais do que nunca, importa relembrar que, apesar de os princípios de Abril não terem sido inteiramente levados à prática, porque não se tratava apenas de liberdade mas também de honestidade, o regresso ao passado seria infinitamente pior.
Em Portugal, fica demonstrado que a família mais típica, mais grata e a que mais rendimentos assegura, embora à custa das famílias reais, é a partidária. Os elementos dos partidos parecem corresponder a famílias felizes, todos iguais uns aos outros e deixarem espaço para movimentos populistas – que só parecem diferentes porque ainda não chegaram lá…- crescerem.
Escrevo estas linhas ao som do anúncio da eleição, à quarta tentativa, do presidente do Parlamento, o que alimentou horas de comentário político mas em nada contribuiu para a melhoria das condições de vida em Portugal.