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A saúde na era da pós-ciência

A saúde precisa de ciência, não precisa de ser gerida com base em teorias da conspiração mais ou menos recentes propaladas pelas redes sociais. É um perigo enorme não apenas para os americanos, mas para todo o planeta, dar a responsabilidade da saúde a alguém como Robert F. Kennedy Jr.. A tragédia é ainda maior quando sabemos a forma disfuncional como sistema de saúde dos Estados Unidos opera.

O Orçamento que desinveste no SNS

O investimento anunciado no SNS é de 852 milhões de euros. Pode parecer muito, mas está em linha com o dos últimos anos. O cenário fica mais carregado quando se sabe que, desde 2013 e com a exceção de 2023, o investimento executado rondou sempre os 50% do anunciado e que o Governo se prepara para reforçar a política de cativações. Fica desde já uma previsão, que terei todo o gosto de revisitar daqui por um ano: 2025 não será diferente. O aumento do Orçamento do SNS é pequeno, as despesas correntes vão precisar de reforço, que, inevitavelmente, terão de vir desta rubrica. Este será mais um ano perdido de investimento na saúde.

Efeitos do retrocesso na saúde materna

Poderiam ser evitados, a nível mundial, 25% das mortes de mulheres na área da saúde materna, com melhor acesso a métodos de contraceção e aos cuidados de saúde relacionados com a IVG. Está na hora de se ser realmente pró-vida e salvar estas mulheres. Deixar de lado a ideologia e o fanatismo religioso e abraçar, de braços abertos, a ciência e o humanismo.

Erro tipo C

Não é plausível que as unidades de saúde familiares modelo C consigam atrair novos profissionais de fora do SNS. Pelo contrário, há o risco, assumido publicamente, de desvio de recursos humanos do próprio serviço público. As promessas da criação de mecanismos de controlo serão inconsequentes. Não é possível, nem há meios, para monitorizar esta dinâmica.

Coesão social na saúde, o caso da radiologia

Um SNS robusto, presente e de proximidade, garante equidade e sustentabilidade financeira, dá um contributo imprescindível na coesão social, na consecução dos projetos de vida e no desenvolvimento económico. Não podemos abandonar metade do país para uma crescente insegurança de ausência de apoio na saúde.

O verão sem saúde

Não tenhamos ilusões, os problemas da saúde são estruturais e demoram tempo a resolver. Se é verdade que a anterior maioria absoluta é, em parte, responsável pelas dificuldades que estamos a enfrentar – pois apostou fortemente num discurso triunfalista e no conflito com os profissionais, em vez de tomar medidas efetivas para a resolução do problema –, torna-se cada vez mais evidente que o atual Governo, depois de ter criado expectativas de que seria fácil a resolução de todos os problemas do setor, pouco ou nada fez para inverter o cenário que há muito se adivinhava.

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