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AUTOR

Estudante de Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Porto

The Rise and Fall of a Midwest Princess, por Chappell Roan: um abraço aos que tentam

Num cenário onde a cultura pop parece de alguma forma dominada por um fenómeno de utilitarismo emocional, este álbum e a persona de Chappell Roan parecem liderar uma contra-corrente onde se estabelece um diálogo mais franco, mais bruto sobre fenómenos universais da experiência humana.

A traição de si mesmo: um revisitar de Crime e Castigo

A persona não alimenta o espírito, mas alimenta o reconhecimento pelos pares. Há um consenso subentendido de que, se formos bem sucedidos no método fake it until you make it, não importa realmente se estamos ou temos o mérito de fazer parte do discurso ou de sermos reconhecidos como autoridade. Nas palavras de Dostoiévsky, de “lançar no seu meio uma palavra nova“.

O estado da literatura ou A Cicatriz, por Maria Francisca Gama

Respeito literatura de consumo fácil, apesar de não parecer, depois desta crítica tão azeda. O que não respeito é a forma como a literatura bestseller está a ser utilizada – na minha opinião, de forma preversa – para reforçar estereótipos sobre as mulheres. Não é estranho que os dois bestsellers do momento serem sobre versões romanescas sobre violência de género? Novamente, podem utilizar o escudo de “é só ficção”, mas nunca é “só”. O “só” vem acompanhado de um contexto em que estas autoras se sentem confortáveis para escrever de uma forma que pode mudar, e muda, as perceções sociais sobre a violência de género. É pelo seu interesse fingido na dor das vítimas que  merecem ser censuradas.

Um repto à esquerda sobre a prostituição

A legalização da prostituição é uma aberração vendida como liberdade sexual. Para que primeiro nos ouçam precisamos de falar a uma só voz nesta questão e colocar o tema em cima da mesa o mais cedo possível. Aí sim, não tenho dúvidas, o futuro que traçamos para a nossa sociedade será livre de coerção vendida como liberdade.

Dirtbag left: fazer crítica ao wokismo sem ser reacionário (ou sendo?)

Ao contrário do reacionarismo primário dos conservadores de direita, o desejo de retorno que eu e os meus pares sentimos não advém de uma honesta afinidade com a sociedade retrógrada de décadas atrás, mas de uma desilusão constante com a sociedade pós-moderna, neoliberal que nos impingem como sinónimo de progresso. Não há um verdadeiro desejo de retorno, mas uma escapatória na falta de outras possibilidades.

O mito do “jovem prodígio”

Não há condições para ser “jovem prodígio” e refletir sobre as grandes questões da humanidade quando se tem uma família disfuncional aos gritos na divisão ao lado. Se alguém parece ter tudo – a relação amorosa, os resultados académicos, um projeto pessoal a levantar asas –, provavelmente é porque, mais do que ter um it factor fora de série, tem um sistema de apoio que muitos não têm o luxo de ter.

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