Vários ativistas dos direitos das mulheres afegãs condenaram hoje as conversações organizadas pelas Nações Unidas com os talibãs, no Qatar. As ativistas afegãs Habiba Sarabi, Nabila Musleh e Zubaida Akbar rejeitaram uma nova sessão de conversações, em Doha, entre os talibãs e as Nações Unidas.

Numa declaração pública, o grupo lamentou que as Nações Unidas queiram dialogar com um grupo que tem violado os direitos humanos, em particular, das mulheres. Para os ativistas, trata-se de um ato “inútil e contraproducente”.

“Conversar com um grupo terrorista que oprime sistematicamente as mulheres e viola os direitos humanos básicos é uma traição à luta do povo afegão pela justiça e pela igualdade”, afirmou Habiba Sarabi, a primeira mulher governadora na história do Afeganistão.

Por sua vez, Zubaida Akbar avisou que se os Estados continuarem a interagir com os talibãs, “sem responsabilizá-los”, existe o risco de “normalizar as suas atrocidades”.

Esta será a terceira ronda de conversações internacionais a ter lugar em Doha, desde que os talibãs tomaram Cabul. É a primeira vez que os representantes da sociedade civil e os ativistas dos direitos humanos afegãos são convidados pela ONU para as negociações.