Assistência médica nos festivais. “Damos palco à saúde de todos”
Milhares de pessoas rumam aos festivais de música no verão. Uma das facetas menos abordadas é a dos cuidados médicos disponibilizados aos festivaleiros. A equipa médica Lusíadas tem acumulado experiência em diversos festivais e está presente no MEO Kalorama.
Os festivais de música são eventos de grande popularidade em Portugal. Para que os milhares de festivaleiros usufruam de cuidados de saúde caso necessitem dos mesmos há uma equipa médica presente nestes eventos. O serviço médico da Lusíadas Saúde é um dos mais experimentados nestas andanças e está agora no MEO Kalorama.
No Parque da Bela Vista, em Lisboa, o serviço médico está a ser garantido por cerca de 30 profissionais por dia, distribuídos por várias equipas no terreno e uma equipa no Centro Médico, que têm auxiliado o público nos três dias de festival, entre as 14h e a 1h. Mais especificamente, a operação conta com duas equipas de suporte avançado de vida e seis equipas de suporte básico de vida.
O NOVO falou com Sofia Lourenço, médica coordenadora da Unidade de Atendimento Urgente de adultos do Hospital Lusíadas Lisboa e coordenadora da equipa médica Lusíadas nos festivais de música, que explica que a composição da equipa que constitui o serviço médico dos festivais “depende sempre da dimensão do festival e do número de pessoas esperadas para cada evento”. “No Rock in Rio, a Lusíadas teve, por exemplo, uma equipa de cerca de 200 profissionais de saúde no total dos quatro dias do evento”, exemplifica.
Da mesma forma, o número de pessoas que podem assistir depende de “diversos fatores, como a dimensão do festival ou as condições climatéricas, pelo que os números variam”. No Rock in Rio do ano passado, a equipa prestou cuidados de saúde a 883 pessoas durante o festival. “Cerca de 71% dos atendimentos realizaram-se nos postos fixos e os restantes foram assegurados pelas equipas móveis”, relata Sofia Lourenço. Já no Primavera Sound deste ano foram assistidas mais de 450 pessoas. A assistência médica foi registada sobretudo na sequência de condições climatéricas adversas.
Questionada sobre as ocorrências mais frequentes que levam os festivaleiros a procurarem a assistência do serviço médico, a coordenadora da equipa médica assinala que as ocorrências mais frequentes “estão relacionadas com as cefaleias causadas pela exposição solar e algum grau de desidratação, as feridas provocadas por quedas ou calçado desadequado, e as osteoarticulares, como entorses”.
Preocupação crescente
A equipa da Lusíadas Saúde está ligada aos festivais de música desde 2016, ano em que foi o serviço médico oficial do Rock in Rio. Tem sido desde então o serviço médico oficial de diversos festivais espalhados pelo território português. Isso reflete-se na experiência que tem.
“É claro que a nossa experiência tem sido importante para garantir o sucesso dos serviços médicos que prestamos e que facilita a identificação dos riscos e problemas associados aos festivais, permitindo que consigamos preparar, mais facilmente, a equipa e recursos para dar resposta às necessidades mais comuns”, salienta Sofia Lourenço. “Acredito que o fator que nos distingue é a experiência e conhecimento dos nossos profissionais, que faz toda a diferença e permite-nos dar resposta às ocorrências de forma imediata. Transportamos o Saber Cuidar das nossas unidades para os recintos dos festivais e damos palco à saúde de todos”.
Nos últimos anos têm surgido mais festivais de música. A coordenadora da equipa médica destaca que as “organizações dos eventos têm estado cada vez mais preocupadas em garantir a devida segurança e assistência necessária nos recintos, pelo que se tem vindo a verificar um reforço na aposta em serviços médicos robustos”.
Sofia Lourenço deixa ainda conselhos às pessoas que vão estar no último dia do MEO Kalorama, mas que servem igualmente para outros festivais. “Escolham roupa e calçado adequados para estarem confortáveis, evitarem quedas e feridas nos pés; a utilização de chapéu e a ingestão de águas ou bebidas sem açúcar são relevantes para evitar insolações e cenários de desidratação; se tiverem alergias ou outras patologias, tenham a medicação consigo para casos de emergência; e o álcool deve ser ingerido de forma consciente e cuidada para evitar excessos que possam comprometer a experiência no festival”, sugere. Por fim, ressalva a importância de as pessoas saberem onde e como encontrar o serviço médico oficial.