À semelhança do sucedido em muitos outros países ocidentais e a propósito de uma infeliz ocorrência – a perda de uma vida humana no decurso de uma ação policial –, decorreram nos últimos dias diversas “manifestações” de repúdio em vários bairros e lugares mais ou menos “integrados” na órbita da capital.
Manifestações essas totalmente inadmissíveis num Estado de Direito, onde agentes da autoridade do Estado foram ameaçados, património (público e privado) delapidado e várias comunidades – incluindo vizinhos que nada terão a ver com a situação dos ditos “bairros” – postas em risco.
Na sequência disso mesmo, e como infelizmente vem sendo habitual nos últimos tempos – em Portugal como no estrangeiro –, o país dividiu-se, quase que automaticamente, em duas cavadas “trincheiras”.
De um lado, aqueles que se alimentam da desgraça alheia e dos (legítimos) receios que sempre ocorrem em situações análogas, rotulando cidadãos pela proveniência geográfica, étnica ou social. Do outro, aqueles que, (bem) instalados nos seus bairros privilegiados em Lisboa e no Porto, sempre procuram fragilizar a autoridade do Estado (e dos seus agentes) e em tudo encontram excessos e (falsos) racismos exacerbados.
Os diversos órgãos de comunicação social, com toda a fulcral importância que sempre assumem – mas em situações destas ainda mais –, nada têm contribuído para a necessária serenidade. É pena.
No meio, com toda a tranquilidade possível em situações-limite como esta, as nossas Forças e Serviços de Segurança, bem como os Serviços de Informações, em particular a “nossa” PSP, que com um comportamento exemplar, respeitando (ao contrário de outros) os mais elementares princípios constitucionais, procuram garantir (como sempre) a segurança de pessoas e bens (mesmo os daqueles que agora os ultrajam).
Num Estado de Direito imperam a Lei, os tribunais e a autoridade do Estado. Imperam, ainda, os princípios da igualdade e da proporcionalidade – nas suas vertentes da necessidade e adequação – e não qualquer sentimento de pertença grupal, de retaliação ou ação direta.
Nunca esquecer, ainda, que a esquerda (no seu todo), que tanto vocifera agora contra os alegados excessos da autoridade do Estado e as falhas da integração – o que dirá sobre a integração noutros Países da Europa ou nos Países Árabes que tanto defende? –, descobriu agora a falha das suas “políticas sociais”.
Esquerda essa que ao longo dos últimos trinta anos governou mais de vinte – os últimos nove ininterruptamente.
Em momentos como este, são necessários estadistas, com a sua moderação e serenidade, e não aqueles que se alimentam dos mais primários e imediatos sentimentos humanos, cavando trincheiras onde elas não existem. A bem de todos nós.