António Costa fez esta manhã um balanço dos seus oito anos à frente do governo, ao mesmo tempo que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos estavam reunidos para tentar resolver o impasse na eleição para a presidência da Assembleia da República.

“Acho que é meu dever fazer um balanço geral, não da atividade mas dos resultados da ação governativa destes oito anos”, justificou o ainda primeiro-ministro, que assinalou as “múltiplas crises” que os seus governos enfrentaram.

Sublinhando que a crise financeira está ultrapassada e o sistema financeiro estabilizado, António Costa congratulou-se pela “trajetória constante de melhoria das contas públicas”, que levaram Portugal a sair do procedimento por défice excessivo, em maio de 2017, ao excedente orçamental de 1,2% registado em 2023 e a uma dívida pública abaixo dos 100% do PIB.

“A boa notícia é que já conseguimos recuperar do seu impacto nas contas públicas”, realçou. “Hoje, todas as agências de rating classifica a nossa dívida com nível de investimento”, acrescentou.

Sem entrar em considerações sobre o crescimento económico português, António Costa enfatizou que os últimos anos foram de convergência com a União Europeia, prosseguiu, com um crescimento médio de 2,1%.

“Não discuto se é muito ou pouco, todos gostávamos seguramente que fosse mais, mas nos últimos anos o país cresceu 10 vezes mais do que nos 15 anteriores”, sublinhou.

Sobre o emprego, salários e pensões, António Costa lembrou que há cerca de cinco milhões de pessoas a trabalhar em Portugal – um “número recorde” – e que o o salário mínimo subiu 62%, o salário médio 27,7% e a pensão média 23,3%. O primeiro-ministro cessante recordou também a redução do IRSo, que desceu 4,5 mil milhões de euros.

Nas respostas aos jornalistas, António Costa admitiu que “cada um ficará com o souvenir da minha governação que quiser” e recusou comentar a atualidade: “Já não sou comentador e ainda não sou comentador, talvez um dia venha a ser”.