O presidente do Chega, André Ventura, comprometeu-se esta terça-feira, 5 de março, caso seja governo, a reduzir as listas de espera na saúde no primeiro meio ano de mandato e apontou várias críticas à atuação do executivo socialista.

“Chega lançará um grande programa, um enorme programa de emergência para que, nos primeiros seis meses de legislatura, nos primeiros seis meses de governo, consigamos reduzir ao mínimo, em todos os distritos, as listas de espera”, anunciou.

O líder do Chega defendeu que “não há tarefa mais fundamental do que esta” e que “a saúde dos portugueses tem de estar primeiro”. “Não podemos estar anos à espera daquilo que é mais sagrado, que é a saúde”, considerou.

Na sua intervenção, André Ventura apontou também várias críticas ao estado dos serviços de saúde e à atuação do Governo. “Se há área onde o PS falhou, onde há área onde o PS é a expressão da incompetência e da negligência, é na saúde”, acusou.

No Alentejo, o presidente do Chega apontou um “role em catadupa de tragédias na saúde”, com “serviços de urgência fechados, especialidades em que se espera dois ou três anos por uma consulta, […] locais onde os centros de saúde abrem alternadamente”, considerando que “isto é convite à desertificação”.

“Se Pedro Nuno Santos tivesse um pingo de vergonha, assim como Manuel Pizarro, teriam a capacidade nestas eleições de pedir desculpa pelo estado lastimoso em que deixaram a saúde”, criticou.

André Ventura referiu-se também ao primeiro-ministro, António Costa, indicando que “prometeu médico de família para todos”, mas “hoje há um milhão e 700 mil portugueses sem médico de família, sem enfermeiro de família”.

O líder do Chega acusou o chefe de Governo de ter tido “o desplante de ir a comício do PS no Porto e dizer que em 2026, daqui a dois anos, haverá excesso de médicos de família”.

“António Costa não é apenas um mau primeiro-ministro, não é apenas um farsante e um mentiroso, António Costa é um hipócrita como primeiro-ministro, e deve ser responsabilizado por isso”, defendeu.

No seu discurso, André Ventura aproveitou ainda para responder ao presidente do PS, Carlos César, que considerou na segunda-feira que “votar no Chega é muito perigoso”.

“É perigoso para este tipo de socialistas que o Chega vença as eleições, porque os familiares que eles têm na política há não sei quantos anos, os tachos que andam a distribuir por amigos, vão acabar”, afirmou, considerando que “o medo deles é esse”.

Também numa intervenção no comício, perante algumas dezenas de apoiantes, o cabeça de lista do Chega por Évora centrou-se na agricultura e na defesa do mundo rural.

Rui Cristina, considerado por Ventura “o melhor deputado do PSD na última legislatura”, defendeu a necessidade de “reavaliar” a proibição do tiro aos pombos e a redução do IVA dos espetáculos tauromáquicos.

“Temos de preservar a nossa cultura, a nossa identidade. […] As touradas não são só um mero espetáculo, são um elo de ligação e de união entre várias gerações, que mantém viva a nossa cultura”, sustentou.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.