A Turquia informou hoje que coordenou uma troca de 26 prisioneiros entre a Rússia e vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha.

“O MIT [serviços de informação turcos] realizou em Ancara a maior operação de troca de prisioneiros dos últimos tempos, que envolveu 26 pessoas de prisões de sete países diferentes [Estados Unidos, Alemanha, Polónia, Eslovénia, Noruega, Rússia e Bielorrússia]”, anunciou a presidência turca em comunicado. “Dez prisioneiros, incluindo dois menores, foram transferidos para a Rússia, 13 para a Alemanha e três para os Estados Unidos”, especificou o comunicado.

Horas antes, a imprensa norte-americana já tinha informado que esta troca de prisioneiros incluíra a libertação por parte da Rússia do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, condenado em Moscovo.

“Os prisioneiros foram transportados para a Turquia em sete aviões, incluindo dois dos Estados Unidos, um da Alemanha, um da Polónia, um da Eslovénia, um da Noruega e um da Rússia, no âmbito da operação de troca de prisioneiros”, acrescentou o comunicado.

Entre o lote de prisioneiros libertado, além de Evan Gershkovich, estão o ex-fuzileiro norte-americano Paul Whelan, preso na Rússia desde o final de 2018; Vadim Krassikov, um alegado agente russo preso na Alemanha pelo assassinato de um ex-comandante separatista checheno em Berlim em 2019; Rico Krieger, um alemão condenado na Bielorrússia por terrorismo; e o opositor russo Ilia Iachine, condenado no final de 2022 a oito anos e meio de prisão por ter denunciado crimes imputados à Rússia na Ucrânia.

No seu longo comunicado, a presidência turca sublinha que os serviços de informações turcos realizaram esta operação “desde o início do processo negocial até ao momento final em que ocorreram as trocas”.

Durante semanas, aumentaram as especulações de que uma troca estava próxima devido a uma confluência de desenvolvimentos invulgares, incluindo um julgamento e condenação rápidos de Gershkovich, que Washington considerou uma farsa.

Também nos últimos dias, várias outras figuras detidas na Rússia por se manifestarem contra a guerra na Ucrânia, ou por colaborarem com o falecido líder da oposição russa Alexei Navalny, foram transferidas da prisão para locais desconhecidos.