A Comissão Técnica Independente (CTI) apresenta esta tarde o relatório preliminar sobre a nova localização para o novo aeroporto de Lisboa e Alcochete é a que reúne uma classificação mais elevada, segundo a SIC Notícias.

Apresentado esta tarde, o relatório vai identificar qual a melhor solução para cada critério. São cinco os fatores de avaliação definidos pela CTI: segurança aeronáutica; acessibilidade e território; saúde humana e viabilidade ambiental; conectividade e desenvolvimento económico; investimento público e modelo de financiamento.

São nove as opções escolhidas para a localização do novo aeroporto – Portela + Montijo, Montijo + Portela, Campo de Tiro de Alcochete, Portela + Campo de Tiro de Alcochete, Santarém, Portela + Santarém, Vendas Novas, Portela + Vendas Novas e Rio Frio + Poceirão –, sendo que o governo impôs cinco no início do processo: Portela + Montijo; Montijo + Portel; Alcochete; Santarém + Portela; e Santarém.

Recorde-se que o Campo de Tiro de Alcochete tinha sido a localização escolhida pelo governo de José Sócrates, em 2009, para receber o novo aeroporto de Lisboa. No entanto, a crise económica mundial impediu que o projeto saísse do papel.

A 40 quilómetros de Lisboa, esta opção prevê duas pistas, com a capacidade para 80 movimentos por hora e possibilidade de expansão até quatro pistas. Sem ferrovia e a uma distância de 40 minutos do centro de Lisboa, inicialmente previa a construção da terceira travessia sobre o Tejo para a ligação ferroviária.

Além disso, a CTI recomendou ainda, no estudo de curto prazo apresentado no início de outubro, um novo terminal e a redefinição das regras de atribuição de slots.

No estudo, a CTI propõe medidas para melhorar as condições operacionais do aeroporto de Lisboa no curto prazo, nas quais inclui um novo terminal, “face à necessidade de criar alternativas expeditas no curto prazo com impacto mínimo na operação”.

A entidade propõe, assim, “a consideração de um novo terminal (T3), e novas placas de estacionamento na zona do AT1”, ou seja, do Aeródromo de Trânsito Militar n.º 1, em Figo Maduro. A CTI estima que toda a intervenção neste âmbito possa custar 243,5 milhões de euros, mas aponta valores finais para um estudo prévio.

Recorde-se que João Galamba, antes de demitir-se de ministro das Infraestruturas, tinha adiantado que a decisão do novo aeroporto de Lisboa passaria para o governo que sair das eleições de 10 de março, uma vez que o atual executivo ficará em gestão já este mês e, portanto, sem capacidade para tomar uma decisão.

“É uma decisão que um governo em gestão não poderá tomar, terá de ser o próximo governo”, afirmou Galamba, durante uma audição com os deputados, na discussão do Orçamento do Estado para 2024.

Ainda assim, o agora ex-ministro mostrou-se confiante de que seria tomada uma decisão ainda em 2024 sobre a localização do novo aeroporto, uma vez que o trabalho realizado pela Comissão Técnica Independente era “válido” para “quem vier e quiser tomar uma decisão”.