Permitam-me, os caríssimos leitores, que aproveite esta minha nova coluna para apresentar aqui o novo livro que escrevi, com o mesmo título que abro esta rubrica, por estar prestes a ser lançado, no dia 1 de maio.

Trata-se do volume III da coletânea “As Inquietudes” (Editorial Novembro) – com ilustrações de Filipe Ferreira e Francisca Marques –, que explana a Liberdade e suas liberdades, a Libertação e as contra liberdades, através de um grande ensaio que chamei de Liberdade que voa e nos povoa – uma noética exegese. Esse é o capítulo do meio, o terceiro.

Antecedem-no um primeiro capítulo, com uma seleção de 25 peças que concebi nestes cinco lustros desde o início do meu exercício jornalístico. Esta parte inicial está dividida em quatro subcapítulos: sobre casos de Liberdade e a Revolução’74; sobre saudosas figuras nacionais, ícones de Liberdade (Sá Carneiro, Sophia de Mello Breyner, Agustina Bessa-Luís e gen. Pires Veloso); sobre globalização, seus efeitos, e Portugal no Mundo; e reportagens sobre outras temáticas.

Seguem-se 50 depoimentos – Livre Ser, Democracia Viver – de várias pessoas distintas, de forma a comemorar o cinquentenário do 25 de Abril. Respondem, todas elas, a duas questões comuns: O que me faz sentir e ser realmente livre? Qual a minha maior inquietude nesta democracia de Liberdades e libertinagens?”. Eis o segundo capítulo, que reúne reflexões muito incisivas, pertinentes e objetivas!

Avançando para o quarto volume, encontramos aí uma história exclusiva: na fileira do 25 de Abril – “O furriel Barbosa, que prendeu uns 30 PIDE”. Narram-se, portanto, vários momentos vividos por um então militar, nestas suas memórias e estórias da Revolução nacional. Antes e depois do sucedido, foi o responsável pela manutenção do 2.º esquadrão dos carros de combate. E estava alocado no Regimento de Cavalaria 7 (Lisboa). Terminou o serviço militar em outubro de 1974 e saiu, após os 36 meses de tropa cumpridos por lei.

E a obra remata com um pequeno volume dedicado a Luís Vaz de Camões, por estarmos a celebrar os 500 anos do seu nascimento, assim denominado: Camões e a sua Liberdade poética. Debruçando-me um pouco neste tema, relativamente ao nosso Poeta-maior, deixo nele o seguinte repto: “Haja aqui um prenúncio e que sejamos núncio garantido, sem qualquer furdúncio: tal como a nossa Lusitânia é “onde a terra se acaba e o mar começa” (Camões, III, 20.3), assim seja a Liberdade: onde acabam as hesitações, confusões e rudes contestações, e começam as nossas libertações, as interações e as liberações pelo bom, bem e belo dos corações!”.

Assim sendo, o “Cinco” é o número simbólico deste Vol. III, inerente nesta mão cheia de capítulos e tão bem traduzido no trio comemorativo que ele assinala (também à volta do 5, do 50 e do 500) – já antes referido.

E voltando ao miolo central, ao capítulo três, apenas deixo os títulos dos seus 10 subcapítulos e respetivas alíneas, já por si tão expressivos da latitude e longitude do que este ensaio pretende evocar, convocar e provocar. Portanto, abordam-se aqui: 1. Simbólica Liberdade, da Natureza representatividade; 1a. O significado em algumas aves mais emblemáticas; 2. Liberdade: só existe na nossa imaginação; 3. Contra Liberdades: por quê e para quê?; 4. Liberdade que anuncia e não se renuncia;  4a. Quanto mais seguros, menos livres somos; 4b. Quem é realmente livre não tem medo(s); 5. Liberdade falante: exprimir, sim; ferir, nim!; 5a. A prodigiosa arte da conversação; 6. Uma conceção teológico-liberal; 6a. Liberdade de coração: franqueza d’ação; 6b. A manipulação deriva da própria Liberdade; 6c. Liberdade: seja proclamação, nunca servidão; 6d. As Liberdades: espiritual, social e material; 6e. O livre-arbítrio e a moralidade; 7. Uma conceção científico-cultural; 7a. A Liberdade na Filosofia…; 7b. A Liberdade na Política e na Economia…; 7c. A Liberdade na Bioética…; 7d.  A Liberdade na História e na Cultura…; 8. A viagem da Liberdade em Saint-Exupéry (celebra 80 anos do seu falecimento, em 2024, e 125 anos do seu nascimento, em 2025); 9. Pragmatização da Liberdade na Revolução; 10. Que Liberdade destinada? Não finada, mas refinada!.

Finalizo esta coluna com o meu trecho final, inserido na «Conclusão» do livro, para que nos ajude a ser e cumprir a duradoira Liberdade, não como uma mera ideia, mas sempre como um esmerado ideal!

Libertemo-nos! Não fiquemos pelo sonho lindo da Liberdade: está na hora, aqui e agora, de o passar à realidade. De o fazer trespassar na Humanidade.

Haja mudança, com temperança! Haja Liberdade!

 Livres e humanos corações: derrubemos os grilhões! Vamos crescer.

A Liberdade não se basta a enaltecer: ela urge, repleta, em permanecer.

Venha e fique, livre e longamente, uma renovada áurea de Liberdade.

Com ou sem cravos, repouse em nós, nos abrace e encha de Felicidade!