A nova Almirante Reis, em Lisboa, vai ter mais árvores, mais estacionamento, ciclovias laterais e não terá separador central, segundo o plano de requalificação daquela avenida hoje apresentado por Carlos Moedas.

Orçado em 20 milhões de euros, o Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis divide a avenida em dois troços.

Num deles, entre o Martim Moniz e a Alameda, passa de duas para três vias, sendo uma descendente (para o sentido do Martim Moniz) e duas ascendentes (em direção ao Areeiro). A mais à direita será uma faixa BUS. No segundo troço, entre a Alameda e a Praça do Areeiro, a avenida ganha quatro vias, duas das quais exclusivas a transporte público.

O separador central desaparece em toda a avenida e a ciclovia, agora no eixo central, vai passar para as laterais.

Entre o Martim Moniz e a Praça do Chile são propostas duas ciclovias unidireccionais, uma de cada lado da avenida, e a partir da Praça do Chile a ciclovia muda para a configuração bidireccional, ligando-se ao troço já existente junto à rotunda do Areeiro.

A pista ciclável é separada do passeio com a ajuda de mobiliário urbano e das esplanadas dos estabelecimentos, que deixam de estar próximas das fachadas.

A avenida irá ser mais arborizada, menos sujeita a ilhas de calor, prevendo-se a plantação de 370 árvores e a replantação de 75 atualmente existentes no jardim da Alameda.

O estacionamento também será reconfigurado, com 275 novos lugares, dos quais 200 em parques, cuja localização ainda está a ser estudada, de acordo com a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, e 75 lugares nas ruas adjacentes.

Segundo a vereadora, a avenida terá “mais 105 lugares do que os atualmente existentes”.

Joana Almeida explicou ainda que a Almirante Reis é “um espaço público muito complexo, não só na avenida mas também no subsolo, devido ao Metro de Lisboa e ao saneamento”.

“Trata-se de um eixo de cerca de três quilómetros, entre o Martim Moniz e o Areeiro, com uma largura de 25 metros, longe dos 60 metros da Avenida da República ou os 60 metros da Avenida da Liberdade”, considerou a responsável.

Joana Almeida lembrou ainda o “trabalho minucioso realizado”, justificando a importância dos estudos que foram realizados, exemplificando que no subsolo “há zonas em que não se podem plantar árvores devido às infraestruturas” e que tudo foi devidamente considerado.

O facto de o maior volume de tráfego ser entre a Praça do Chile e o Areeiro levou ao traçado projetado, lembrando a vereadora que foi garantida a fluidez do trânsito, considerando também o facto de ser um eixo de acesso a hospitais e de se ter de garantir uma zona viária ciclável e pedonal “com mais segurança”.

De acordo com o Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, as obras devem começar em 2027 e terminar no ano seguinte.

Em novembro de 2022, a Câmara de Lisboa aprovou a metodologia para o desenvolvimento do Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, prevendo um processo de participação pública para, depois, elaborar o programa de intervenção e iniciar obra em 2025.

Essa proposta surgiu quatro meses após o recuo do presidente da Câmara Municipal de Lisboa relativamente à alteração da ciclovia nesta avenida, afirmando que o tema era “demasiado relevante para jogos partidários”, tendo retirado a sua proposta de solução provisória para priorizar o projeto de reperfilamento desta artéria.