O copresidente da organização antinuclear japonesa distinguida hoje com o Prémio Nobel da Paz manifestou-se surpreendido pela recompensa por o grupo ter demonstrado, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais deveriam ser utilizadas.
“Nunca imaginei que isto pudesse acontecer”, disse aos jornalistas Toshiyuki Mimaki, cujo movimento Nihon Hidankyo representa os sobreviventes de Nagasaki e Hiroshima, citado pela AFP.
Mimaki, que estava presente na Câmara Municipal de Hiroshima para o anúncio, aplaudiu e chorou quando recebeu a notícia.
“É mesmo verdade? É inacreditável!”, gritou Mimaki, segundo o relato da AP.
O Comité Nobel norueguês atribuiu hoje o Prémio Nobel da Paz 2024 à Nihon Hidankyo, uma organização formada por sobreviventes das bombas atómicas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki.
A organização “recebe o prémio da paz pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas”, justificou o presidente do comité, Jorgen Watne Frydnes.
Fundada a 10 de agosto de 1956, a Nihon Hidankyo defende “a assinatura de um acordo internacional para a proibição total e a eliminação das armas nucleares”, segundo a página da organização na Internet.
Os esforços para erradicar as armas nucleares já foram homenageados no passado pelo Comité Nobel. A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares ganhou o prémio da paz em 2017.
Em 1995, Joseph Rotblat e as Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais ganharam pelos “seus esforços para diminuir o papel desempenhado pelas armas nucleares na política internacional e, a longo prazo, para eliminar essas armas”.