O Hezbollah disse hoje que os seus recentes ataques tiveram como alvo soldados israelitas em várias aldeias do sul do Líbano, onde Israel tem vindo a realizar incursões terrestres há uma semana. Os combatentes “bombardearam as forças israelitas em Maroun al-Ras com uma salva de rockets”, adiantou o movimento pró-iraniano em comunicado.

Numa declaração separada, o Hezbollah anunciou que tinha “bombardeado um conjunto de forças inimigas israelitas na cidade de Blida com rockets e granadas”. Anteriormente, o grupo tinha ainda anunciado ter bombardeado várias cidades e posições militares no norte de Israel.

Israel explicou a sua ofensiva terrestre no sul do Líbano a 30 de setembro, dizendo que eram incursões limitadas para destruir a “infraestrutura ofensiva” do Hezbollah, com o objetivo de levar os seus residentes deslocados para casa, no norte do país.

Hoje, o exército israelita admitiu ter perdido um total de 13 soldados nos combates nesta zona, após violentos confrontos com combatentes do Hezbollah na fronteira. No sábado, referiu ter matado 440 combatentes do Hezbollah desde 30 de setembro, em operações terrestres e aéreas.

Além da sua ofensiva terrestre, iniciada a 23 de setembro, Israel tem levado a cabo frequentes bombardeamentos ao sul e leste do Líbano e principalmente nos subúrbios do sul de Beirute, reduto do movimento xiita. Estes ataques mataram mais de um milhar de pessoas, segundo números oficiais, e obrigaram mais de um milhão de pessoas a deslocarem-se das suas casas.

O Hezbollah garantiu hoje que vai continuar a combater a “agressão” de Israel, quando se assinala o primeiro aniversário do ataque do grupo extremista palestiniano Hamas ao sul de Israel, a 7 de outubro de 2023. Nesse dia, militantes do Hamas atacaram território israelita, provocando cerca de 1.200 mortos e fazendo mais de 250 reféns que foram levados para a Faixa de Gaza.

Israel respondeu ao ataque com uma ofensiva na Faixa de Gaza que, desde então, provocou cerca de 42 mil mortos, segundo o governo de Gaza, controlado pelo Hamas desde 2007.

O Hezbollah, aliado do Hamas, classificou Israel como uma entidade “cancerosa” que deve ser erradicada. A formação xiita, que é apoiada pelo Irão, afirmou ter aberto uma frente contra Israel, com o objetivo de “defender o Líbano”, embora tenha reconhecido que “pagaram um preço elevado”.