O diretor geral de Energia e Geologia, Paulo Carmona, afirmou hoje, em Braga, que na próxima Cimeira Ibérica vai ser discutido o relançamento por mais 20 anos do Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL).
Falando na abertura de uma conferência comemorativa dos 20 anos do MIBEL, Paulo Carmona disse que a experiência “correu bastante bem”, considerando que foram os consumidores que ficaram a ganhar.
“Estamos agora a trabalhar para adequar o MIBEL às novas tendências do mercado europeu”, acrescentou.
Em 2004, Portugal e Espanha assinaram, em Braga, assinatura o acordo que criou o Mercado Ibérico da Eletricidade. O objetivo foi integrar os sistemas elétricos de Portugal e Espanha e, assim, trazer mais benefícios para os consumidores dos dois países.
A criação do MIBEL representou uma convergência física, económica, legal e regulatória dos dois mercados e permitiu aos consumidores ibéricos adquirirem energia proveniente de qualquer produtor que atue em Portugal ou Espanha, tendo ainda a opção de contratualizar com um comercializador em regime de livre concorrência.
Além disso, o MIBEL também assegura que todos os agentes dispõem das mesmas condições de igualdade de tratamento, transparência e objetividade no acesso ao mercado.
Segundo Paulo Carmona, os governos de Portugal e Espanha “estão bastante unidos na área da energia” e desenvolvem “uma pressão conjunta na França” para que as interligações elétricas sejam uma realidade.
“Na próxima Cimeira Ibérica, estes são os pontos que vão ser discutidos na agenda entre as duas ministras da Energia para que se consiga relançar o MIBEL por mais 20 anos”, disse ainda.
O diretor geral de Política Energética e Minas de Espanha, Manuel García Hernández, disse que o MIBEL é “um grande exemplo de cooperação” de mercados energéticos entre países vizinhos, sublinhando que quem fica a ganhar é o consumidor.
“Juntos somos mais fortes”, referiu, defendendo que o caminho agora é trabalhar para a integração no mercado europeu.
O Conselho de Reguladores do MIBEL integra, do lado português, a Entidade Reguladora de Serviços Energéticos e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e, do lado espanhol, a Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia e a Comisión Nacional del Mercado de Valores.