Pedro Nuno Santos considera que o Governo não está interessado em negociar o Orçamento do Estado, nem em criar um bom ambiente negocial.
“A conclusão que se pode retirar de um conjunto de declarações e de ações por parte do Governo é que o Governo não está interessado em negociar, nem em criar um bom ambiente negocial”, afirmou, em declarações aos jornalistas.
Falando à margem de uma visita que realizou a Baião, para conhecer o impacto dos incêndios naquele concelho do distrito do Porto, depois de se saber que se realizaram reuniões do Governo com o Chega e a Iniciativa Liberal sobre o Orçamento do Estado, Pedro Nuno Santos afirmou: “Nós soubemos isto, porque se soube. Não houve nenhum anúncio. Tal como o Governo queria fazer uma reunião secreta connosco a semana passada, fez duas reuniões secretas hoje de manhã”, referiu.
Anotou, ainda, que o PSD não tem qualquer problema que o Governo fale com quem bem entender, mas defendeu que “não pode continuar a fazer de conta que [o PS] é um parceiro preferencial”.
Pedro Nuno Santos concluiu que “toda a ação do Governo parece indiciar a vontade de provocar umas eleições antecipadas”, referindo que “não podem estar todos a olhar para o PS”, como se fosse aquele partido “a desejar umas eleições, quando todos os atos deste Governo vão nesse sentido”.
Questionado sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa de que se não houver Orçamento do Estado aprovado o país enfrentará uma situação de crise política, o líder do PS disse não acreditar que o Presidente da República esteja só a falar para o PS.
“Essa pressão, a existir, como tem sido lida por muitos, tem de ser para quem governa Portugal, que tem de fazer muito mais”, observou.
Sobre a reunião com o Governo, agendada para sexta-feira, disse que a disponibilidade do PS se mantém, “mas isso implica que o Governo faça cedências”.
“Se o PS está disponível para viabilizar um orçamento do PSD, é bom que haja cedências. De outra forma, não podemos viabilizar”, anotou, concluindo que “só haverá eleições antecipadas se o Governo e o senhor Presidente da República quiserem”.