Os incêndios que lavram desde domingo no distrito de Aveiro contabilizam quase 20 mil hectares de área ardida, de acordo com o sistema europeu de satélites Copernicus.
De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização da área ardida, no total, desde segunda-feira, cifra-se em 19.815 hectares de área ardida.
Em causa está o território entre Oliveira de Azeméis (AMP), Albergaria-a-Velha e Águeda (Região de Aveiro), em que o sistema Copernicus contabiliza duas áreas, uma a sul, com 14.293 hectares, entre Albergaria-a-Velha e Águeda, e outra a norte, com 5.552, entre Albergaria e Oliveira de Azeméis.
Ainda em Oliveira de Azeméis, o sistema europeu registou um incêndio mais pequeno, com 96 hectares de área ardida, além de 39 perto da zona industrial de Aveiro.
Já na Área Metropolitana do Porto, o maior incêndio registado pelo sistema Copernicus foi o que deflagrou segunda-feir entre Santo Tirso (Área Metropolitana do Porto) e Paços de Ferreira (Tâmega e Sousa), com 555 hectares de área ardida.
No incêndio de Gondomar, também na AMP, a área ardida registada pelo sistema europeu Copernicus chega a 398 hectares.
As captações do sistema Copernicus foram feitas entre a tarde de segunda-feira e a madrugada de hoje, pelo que a área ardida poderá já ter aumentado, inclusive noutras georafias dentro das sub-regiões.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região Norte e Centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
Hoje, às 13h30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 127 ocorrências, envolvendo mais de 5.400 operacionais, apoiados por 1.700 meios terrestres e 25 meios aéreos.
Desde domingo, as chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, Vila Real, em Vila Pouca de Aguiar, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.
Marcelo Rebelo de Sousa vai presidir a um Conselho de Ministros extraordinário, a convite de Luís Montenegro, para debater “toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências”.