O ex-governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe Américo Barros foi eleito presidente do MLSTP-PSD, maior partido da oposição, no sábado, 7 de setembro, e prometeu unir o partido e “sucesso eleitoral” nas legislativas de 2026.
“Comigo ninguém sofrerá descriminação ou represálias pelas escolhas que fizeram. Somos todos MLSTP-PSD […] a diversidade de candidaturas, a pluralidade de ideias e profundidade dos debates contribuíram para aprofundar a democraticidade interna e o que fortalece sobremaneira o nosso glorioso partido”, prometeu Américo Barros no discurso de vitória.
“Eis que chegou o momento a partir do qual o nosso foco tem de ser a unidade. Temos que trabalhar juntos para o bem do nosso glorioso partido e dos seus objetivos. É o momento de deixarmos as diferenças e querelas para trás e nos confluirmos em prol de um futuro melhor para todos os são-tomenses”, acrescentou.
Estavam inscritos ao sétimo congresso do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) 800 congressistas, mas votaram 680 dos quais Américo Barros obteve 45,9%, correspondentes a 312 votos.
Em segundo lugar, ficou o antigo diretor do Instituto Nacional de Estradas e até então vice-presidente do MLSTP-PSD, Gabidulo Quaresma, que obteve 31,5%, correspondentes a 214.
O ex-embaixador são-tomense em Portugal, António Quintas, ficou em terceiro lugar com 18,7%, correspondente a 127 votos, e no quarto lugar, ficou o reitor do Instituto Universitário de Contabilidade, Administração e Informática (IUCAI), Agostinho Rita, com 3,2%, correspondente a 22 votos.
“O principal objetivo da minha candidatura é levar o MLSTP-PSD ao poder”, afirmou Américo Barros, que prometeu ainda “total comprometimento em trabalhar incansavelmente para garantir o sucesso eleitoral” do partido nas próximas eleições.
Para isso prometeu esforçar-se para “reforçar a coesão interna e melhorar o funcionamento das estruturas partidárias, abrir o partido à diáspora e aos novos militantes, aprofundar laços de cooperação e amizade com os partidos históricos dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] […] e com os partidos políticos portugueses com realce para PSD e PS”.
“Tudo faremos para devolver a dignidade e o bem-estar ao povo de São Tomé e Príncipe. E aos jovens tudo faremos para devolver-lhes a esperança e o direito de sonhar”, disse Américo Barros.
O presidente eleito do MLSTP-PSD prometeu “uma oposição responsável, e não incendiária”.
“Seremos intoleráveis para com os atos inconstitucionais e de corrupção. No esforço de elevar o bem-estar das nossas populações, dialogaremos com todas as forças políticas sem exceção e com a sociedade civil organizada, para aprofundarmos a justiça e Estado de direito democrático”, vincou o novo líder da oposição são-tomense.
Américo Cardoso Soares de Barros, que sucede ao ex-primeiro-ministro Jorge Bom Jesus na liderança do MLSTP-PSD, é quadro do Banco Central de São Tomé e Príncipe, tendo exercido a função de governador da instituição de 2019 a 2022, e até 2023 contava mais de dez anos como vice-presidente nas sucessivas direções do MLSTP-PSD.
Em março de 2023, quando ainda era vice-presidente do MLSTP-PSD concorreu à liderança do partido, tendo ficado em segundo lugar, com 28,4%, na eleição ganha pelo antigo primeiro-ministro são-tomense e então líder do partido, Jorge Bom Jesus, que obteve 51%, deixando em terceiro lugar outro ex-primeiro-ministro, Rafael Branco com 20,3%.
O MLSTP-PSD tem atualmente 18 deputados no parlamento são-tomense, liderado pela Ação Democrática Independente (ADI), do primeiro-ministro Patrice Trovoada, que tem um acordo de incidência parlamentar com a coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Social/Partido de Unidade Nacional (MCI-PS/PUN), com cinco deputados.
A quarta força política do parlamento são-tomense é o Movimento Basta, com dois deputados.