O Chega reiterou esta quinta-feira que vai manter-se afastado das negociações do próximo Orçamento do Estado e não vai comparecer nem à próxima nem a mais nenhuma reunião com o Governo, acusando o executivo de provocar o partido.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse que Luís Montenegro não “é de confiança” e que estão a querer provocar o Chega, ao convocar a reunião no âmbito do Orçamento do Estado para um dia em que decorrem as jornadas parlamentares do partido.
“Não há limites para a provocação, não há limites para a falta de noção democrática, não há limites para a agressão democrática a que o PSD quer sujeitar o Chega”, atirou Ventura.
O líder do Chega esclareceu que “o Chega não estará presente nesta reunião” nem em nenhuma que venha a decorrer daqui para a frente no âmbito orçamental, mas que “terá presente as suas propostas no debate que decorrerá na Assembleia da República e procurará construir maiorias com as suas propostas”.
André Ventura disse que Luís Montenegro respondeu, em privado, às suas declarações públicas quando anunciou que se excluía das negociações, mas sem revelar o conteúdo da resposta, acrescentando que o Governo “desbaratou a hipótese de uma maioria de direita” e que não pode “agora vir lançar no Chega o anátema de não ter conseguido dar ao país estabilidade”.
“O Chega fez tudo, e a história registá-lo-á um dia, para que este país tivesse um Orçamento, para que este país tivesse uma maioria, para que este país tivesse um futuro sem crises políticas. Se isso não foi possível, foi devido ao Governo do PSD”, disse.
O Governo convocou os partidos com assento parlamentar para uma segunda ronda de reuniões sobre o Orçamento do Estado a realizar na terça-feira na Assembleia da República, confirmou hoje à Lusa fonte do gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares.
André Ventura anunciou, a 30 de agosto, que o Chega se retira das negociações do Orçamento do Estado para 2025 e que “com toda a probabilidade votará contra” o documento.
O líder do Chega disse que transmitirá ao Governo “por nota própria e oficial que se considera excluído das negociações” do Orçamento do Estado e indicou que, “com toda a probabilidade votará contra” o documento, garantindo que “nada” o fará “mudar de ideias”.
Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o líder do Chega indicou que esta decisão “é irrevogável” e instou o Governo a negociar com o PS, manifestando esperança de que possam concluir “as negociações com sucesso”.
Esta quarta-feira, o presidente do Chega garantiu que a decisão de o partido “é mesmo irrevogável”, mas admitiu aprovar propostas relativas a IRC e IRS se estiverem fora desse contexto.