Mariana Mortágua acusou o Governo de fazer “uma gestão sádica” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de tomar decisões que o amarram a uma relação com o privado “de predação e canibalismo”.
“O Governo tem uma gestão sádica do SNS. Temos um Governo, uma ministra que não dá aos hospitais as condições para poderem funcionar”, sustentou a coordenadora do Bloco de Esquerda, no final de uma reunião, no Porto, com a Federação Nacional dos Médicos, que convocou uma greve para 24 e 25 de setembro.
A coordenadora bloquista considerou que, quando as coisas correm mal, o Governo “faz uma purga” às administrações hospitalares, “como sucedeu” com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS), que inclui o hospital Garcia de Orta.
Mariana Mortágua referia-se ao facto de, na quarta-feira, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde ter afastado o conselho de administração da ULSAS, presidido por Maria Teresa Luciano, e nomeado para o cargo o socialista Jorge Seguro Sanches.
“O segundo elemento desta gestão sádica do SNS é um Governo que não faz negociações com os médicos e que não quer aumentar os salários, mas que depois pega no dinheiro que teria disponível para fazer essas negociações e vai entregá-lo para centros de saúde privados”, justificou.
A bloquista aludia à decisão do Governo de criar Unidades de Saúde Familiar geridas pelos setores social e privado.