Leonor Beleza afastou hoje uma candidatura presidencial, dizendo não ter esse impulso nem sentir-se “indispensável para tal”. A antiga ministra do PSD e conselheira de Estado respondeu, por escrito, a perguntas dos alunos da Universidade de Verão do PSD, através do jornal desta iniciativa de formação política dos sociais-democratas.
“Esta é uma ótima ocasião para eu explicar uma questão que não provoquei nem provocaria. Fiquei muito sensibilizada por palavras que ouvi. Mas a minha posição é simples: não, obrigada, não pondero nem ponderarei tal candidatura”, afirmou, questionada se estaria a ponderar uma candidatura a Belém.
E acrescentou: “Não sinto nenhum impulso nesse sentido e não me sinto indispensável para tal. Mas espero ainda poder ver uma mulher mais nova do que eu ser Presidente da República”, afirmou.
Em entrevista à última edição do semanário Expresso, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acrescentou o nome de Leonor Beleza a uma lista de possíveis candidatos a Belém da área do PSD e recordou que a ex-ministra da Saúde de Cavaco Silva esteve ao lado do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na festa do Pontal.
“É, para mim, uma grande referência da social-democracia em Portugal e mais uma pessoa da nossa área política com todas as competências”, disse.
Leonor Beleza foi ministra da Saúde, deputada, eurodeputada, é atualmente conselheira de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa e preside à Fundação Champalimaud desde a sua criação, em 2004.
O tema das eleições presidenciais já tinha entrado na Universidade de Verão do PSD na quinta-feira, quando Luís Marques Mendes respondeu aos jornalistas, antes de intervir num jantar-conferência desta iniciativa dos sociais-democratas que termina hoje em Castelo de Vide (Portalegre).
Nessa ocasião, escusou-se a comentar potenciais candidatos a Belém de qualquer área política e disse estar “mais próximo do que nunca” de tomar uma decisão sobre uma eventual candidatura presidencial, prometendo falar “daqui a uns meses”, seja para avançar ou não.
O comentador televisivo e antigo líder do PSD escusou-se a dizer se está ou não mais próximo de ser candidato a Belém, dizendo que se mantém tudo o que afirmou há um ano, quando, em declarações à SIC, admitiu essa possibilidade, em certas condições.
“Primeiro, se de acordo com a minha reflexão eu considerasse que podia ser útil ao país, questão mais importante. Segundo, se também de acordo com a minha reflexão, tivesse condições políticas para avançar. Durante um ano não disse uma palavra. Hoje quero dizer-vos que mantenho tudo quanto disse há um ano, e talvez possa acrescentar uma pequena coisa”, afirmou.
E acrescentou: “Talvez esteja mais próximo do que nunca de tomar uma decisão. Talvez não tenha estado nunca tão próximo de uma decisão. Primeiro porque as eleições presidenciais estão mais próximas, são distantes, mas são menos distantes que há um ano”, afirmou. Por outro lado, disse, a sua reflexão pessoal “também está mais adiantada do que estava há um ano”, embora repetindo que ainda não tem uma decisão tomada.
“Daqui a uns meses falaremos. Qualquer que seja a minha decisão”, disse escusando-se a apontar um mês em concreto e afastando que possa falar no tema no Congresso do PSD marcado para 21 e 22 de setembro.
As eleições presidenciais realizam-se em janeiro de 2026.