António Guterres lamentou hoje a “impunidade quase total” que existe no mundo, em que as potências se neutralizam umas às outras, impedindo que a comunidade internacional consiga resolver as várias guerras.
Em conferência de imprensa em Díli após um encontro com o presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, o secretário-geral da ONU considerou que “ninguém hoje tem respeito por ninguém e por nada, não há respeito pela carta das Nações Unidas, não há respeito pela lei internacional e também não há respeito pelas potências”.
Para Guterres, esta “impunidade quase total” faz que continuem guerras como a do Sudão, Médio Oriente, República Democrática do Congo ou Myanmar (antiga Birmânia), que a “comunidade internacional se tem mostrado impotente” para resolver.
Guterres defendeu, por isso, reformas “absolutamente essenciais” das instituições multilaterais para que seja possível garantir o respeito pela Carta das Nações Unidas e pela lei internacional.
O secretário-geral da ONU, que chegou hoje a Díli para uma visita oficial de três dias no âmbito das comemorações dos 25 anos do referendo que levou à restauração da independência de Timor-Leste, considerou que as divisões geopolíticas que hoje existem no mundo não permitiriam repetir noutros conflitos a unanimidade que se conseguiu na altura junto da comunidade internacional para a intervenção das Nações Unidas no país.