O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, defendeu hoje que “toda a gente tem de exercer pressão” para o fim da guerra em Gaza, perante o perigo de que se estenda a toda a região.
“Toda a gente tem de exercer pressão para que cesse a guerra em Gaza. Este é o objetivo mais importante hoje em dia. Se a guerra em Gaza não cessa, estender-se-á pela região e afetará o Líbano, a Síria e, hoje em dia, o Iémen”, defendeu Borrell em declarações aos jornalistas na capital do Laos, Vienciana.
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, que participa na reunião de chefes da diplomacia da Associação de Nações do Sudoeste Asiático (ASEAN), assinalou que os países da região expressaram a sua preocupação pela situação no Médio Oriente.
“Toda a gente concorda que o número de civis mortos é desproporcionado (…). A comunidade internacional deve ter um propósito comum: deter a matança de civis em Gaza”, sublinhou Borrell.
A União Europeia defende a solução de dois estados e pede a libertação imediata de todos os reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque terrorista de 7 de Outubro contra populações do sul de Israel, ao qual Telavive respondeu com a declaração de guerra a Gaza.
Referindo-se ao resultado da reunião entre várias fações palestinianas, incluindo o Hamas e a Fatah, realizada esta semana em Pequim, e que resultou num acordo sobre a “unidade” na governação posterior ao fim da guerra em Gaza, Borrell mostrou-se cético, ao referir que é um acordo com “termos gerais muito vagos”.
“A divisão interna dos palestinianos e a luta entre o Hamas e a Fatah durante anos (…) já causou muito sofrimento ao povo palestiniano”, declarou o chefe da diplomacia europeia.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que resultou na morte de 1.197 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da agência AFP a partir de dados oficiais israelitas.
Das 251 pessoas raptadas durante o ataque, 111 ainda estão detidas em Gaza, segundo o Exército.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que fez pelo menos 39.175 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do Governo de Gaza, liderado pelo Hamas, que não dá qualquer indicação do número de civis e combatentes mortos.