O presidente executivo do Grupo Ryanair, Michael O’Leary, saudou hoje a decisão do Governo para a construção de um novo aeroporto para Lisboa na zona de Alcochete, mas pediu uma expansão imediata do atual aeroporto da Portela.
“Saudamos a decisão do Governo de que Alcochete será o local para o próximo aeroporto, mas acreditamos que esperar até 2034 é demasiado. Até lá, destacamos em particular o anúncio do Governo de que irá aumentar a artificialmente constrangida capacidade da Portela”, disse Michael O’Leary numa conferência de imprensa num hotel em Lisboa.
“Hoje voltamos a apelar ao Governo para expandir a Portela agora, aumentar a capacidade terminal da Portela antes da construção de Alcochete”, insistiu, dizendo que o atual aeroporto de Lisboa tem um “bloqueio artificial de capacidade”.
Ainda assim, o responsável da empresa considera que a entrada em funcionamento de um novo aeroporto em Alcochete não deve encerrar de forma definitiva a Portela.
“Abram Alcochete, deem-nos dois aeroportos por um número de anos, se for preciso. Depois vemos o que acontece”, sublinhou o responsável da empresa, que em fevereiro tinha considerado que Alchocete “não era solução”.
O’Leary registou que a companhia aérea podia “facilmente colocar 10 ou 12 milhões de passageiros na Portela” e que apenas não o faz porque não recebe as slots de que diz necessitar.
“Não nos irão dar as slots porque sabem que seria mais competição para a TAP e o Governo meteu três mil milhões de euros na TAP. Achamos que assim que o Governo vender a TAP fica menos preocupado com a competição”, afirmou.
Sobre a privatização da TAP, O’Leary sugeriu que a IAG seria “a melhor dona para a TAP”, por considerar que não impactou a fundo a atividade das companhias aéreas que adquiriu.