Frederico Pinheiro terá copiado e guardado documentos classificados em segredo de Estado antes de ter sido demitido por João Galamba, em abril do ano passado, noticia a CNN Portugal. De acordo com o canal televisivo, os documentos estariam guardados em discos externos em sua casa.

Entre os documentos estariam os planos de reestruturação da TAP e da localização e construção do novo aeroporto de Lisboa e que estariam no computador que o ex-adjunto de João Galamba levou das instalações do Ministério das Infraestruturas, na noite em que foi demitido e terá alegadamente entrado em confronto físico com a equipa do antigo ministro.

O ex-adjunto foi alvo, esta semana, de buscas da Polícia Judiciária, que revelaram que Frederico Pinheiro guardou, em discos externos, a documentação que tinha sido classificada como segredo de Estado por João Galamba. As perícias técnicas realizadas ao computador mostraram que copiou todo o conteúdo, antes de entregar o equipamento aos serviços de informação.

Aquando da sua audição na comissão de inquérito à TAP, Frederico Pinheiro garantiu aos deputados que não tinha qualquer documento classificado. Significa isto que, segundo a CNN Portugal, além do crime de acesso ilegítimo a documentos classificados, o ex-adjunto de João Galamba arrisca também uma acusação por falso testemunho.

Frederico Pinheiro recorreu ao LinkedIn para emitir um esclarecimento sobre as revelações avançadas pela CNN, lamentando que a investigação de que está a ser alvo tenha quebrado “em menos de dez horas o segredo de justiça” e garantindo estarem a ser publicadas “informações deturpadas, descontextualizadas e falsas” a seu respeito.

O ex-adjunto de João Galamba acusa a CNN Portugal de “publicar na abertura dos telejornais informações falsas, sem fontes e não se digna a publicar as correções e desmentidos” e de “dar por certa a versão que lhe sopram ao ouvido, que assegura que menti e diz que arrisco mais uma acusação por falso testemunho quando eu nem fui ouvido formalmente”.

Frederico Pinheiro refutou ainda tem em sua posse documentos classificados “que nem existem”, lembrando que “a localização do aeroporto foi decidida pela Comissão Técnica Independente muito depois de eu sair do governo, mas há várias notícias a referirem que eu tenho esse documento. Basta consultar um calendário”.

“Por estar comprometido ao cumprimento do segredo de justiça – como deveriam estar todas as partes envolvidas – não efetuarei mais nenhum comentário”, termina.