Paulo Raimundo afirmou esta sexta-feira que o Governo lhe transmitiu “de forma clara e frontal” que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 vai basear-se na matriz do seu programa, prometendo o secretário-geral do PCP um “combate aguerrido” a essa política.

“Ficou claro, com uma clareza frontal e sem meias conversas, que os pressupostos do Governo são muito distantes dos nossos”, comentou Paulo Raimundo na residência oficial do primeiro-ministro, após uma reunião sobre o Orçamento do Estado com Miranda Sarmento, António Leitão Amaro e Pedro Duarte.

O secretário-geral comunista referiu que, para o partido, os pressupostos do Governo “têm como objetivo, rapidamente e em força, acumular mais riqueza nos grupos económicos”.

“É uma política à qual damos combate e um programa ao qual demos combate e um Orçamento do Estado que, pela afirmação que foi feita, será feito a partir dessa matriz – e, sendo feito a partir dessa matriz, não corresponde às necessidades do país – só pode, da parte do PCP, ter combate e combate aguerrido e cá estaremos para dar esse combate”, frisou.

Questionado se não vai ser preciso esperar até outubro para saber que o PCP vai votar contra este Orçamento, Paulo Raimundo respondeu: “Nesse aspeto, o Governo, com frontalidade, contribuiu para a nossa decisão”.

“A expectativa já não era muita e o Governo, com frontalidade, disse-nos que os pressupostos eram o programa do Governo, as amarras da União Europeia e o valor da dívida que decorre do Plano de Recuperação e Resiliência, como quem diz “o que fizemos até agora é para continuar e acentuar”. “Pronto, facilitou-nos a vida desse ponto de vista”,  acrescentou.

Paulo Raimundo revelou ainda que transmitiu ao executivo que, perante as suas opções, terão da parte do PCP “combate político e social”.

“Estamos à espera, dia 10 de outubro, como manda a lei, que o Governo entregue um documento para olharmos para ele. Mas sem nenhuma expectativa. Depois desta reunião, sem nenhuma expectativa”, referiu.