O presidente executivo da Vista Alegre avança, em entrevista à Lusa, que já está a usar a inteligência artificial (IA) numa das suas fábricas piloto e que a retenção de talento e eficiência energética são duas preocupações.
“Estamos a aproveitar já (…) inteligência artificial numa das nossas fábricas piloto para fazer a verificação da qualidade de produtos, mesmo nível de microfissuras, para sermos mais competentes, mais eficientes”, afirma Nuno Terras Marques.
Ou seja, “estamos a inovar e investir nesse desenvolvimento no sentido de aproveitarmos as novas tecnologias para sermos mais eficientes e acho que isso é uma das componentes fortes”, salienta o gestor, sublinhando o posicionamento da Vista Alegre em termos de produto, da evolução da preferência dos consumidores.
Para o gestor, uma empresa tem de saber como consegue crescer nos diferentes mercados com os diferentes tipos de consumidor.
Até porque “o consumidor de hoje é um consumidor diferente” de há dois séculos, quando a Vista Alegre nasceu, ou menos.
Atualmente, a Vista Alegre está a trabalhar em dois eixos, um é reter pessoas, outra é a eficiência energética.
“Estamos a trabalhar no eixo de reter as nossas pessoas, dar-lhes melhores condições de vida, procurarmos reforçar ainda mais aquilo que a Vista Alegre tem de muito bom, que é uma ligação umbilical e muito emotiva”, salienta o gestor.
“A nossa maior preocupação é como mantemos essa ligação, como reforçamos essa ligação no sentido de preservar o talento, reter o talento e desenvolver mais talento”, insiste, referindo que a Vista Alegre tem vindo a rejuvenescer, “com pessoas mais novas” que fazem o processo de aprendizagem “com as pessoas com mais experiência”.
Depois há a questão do custo energético, que é uma preocupação do grupo.
O custo energético “tem tido oscilações enormíssimas ao longo dos últimos anos, seja com a crise, seja com a guerra na Ucrânia”, sublinha o presidente executivo da Vista Alegre.
O impacto nos custos totais é enorme, “seja também com os custos de eletricidade, com as tarifas de acesso à rede altíssimas”, tudo isso “tem-nos pressionado muitíssimo” na estrutura de custos, aponta o gestor.
Portanto, “é uma das preocupações que temos e daí estarmos a canalizar também uma série de investimentos que visam efetivamente essa maior eficiência energética para tentarmos da nossa parte ter aqui um melhor equilíbrio do ponto de vista da competitividade”, afirma.
O investimento do grupo em eficiência energética está acima dos 10 milhões de euros.
“A hibridização dos fornos é outra forte componente, eu não diria que é apenas eficiência energética, mas é numa perspetiva muito mais de redução da dependência do gás”, conclui.